Alguns dizem que o café é como a cerveja. Você pode até não gostar. Ainda. A minha relação com o café foi exatamente assim. Passei minha adolescência odiando, até gostava do cheiro, mas não tomava. Foi então que comecei a trabalhar e bebia para tirar o sono, acho que a maioria que não gostava e passou a tomar começou assim. A partir da “necessidade” comecei a pegar costume de tomar e com isso, fui saboreando mais. Confesso que ainda não consigo tomar totalmente sem açúcar, mas diminuí bastante. Pode me julgar, eu deixo. Não é melado não, é só uma gotinha, de amarga já basta a vida rs rs. No momento estou tentando desapegar do açúcar e ultimamente tenho provado a bebida de maneiras diferentes e também experimentado os cafés especiais. Achava que café gelado era terrível, mas no verão é uma delícia, vai igual água. Ainda não provei muitos dos especiais, mas o que gostei mais foi na prensa francesa.
Antes de você começar a ler, aviso que não tem um pedaço deste texto que não tenha spoiler. Vamos lá:
A terceira temporada
Com menos matanças, a terceira temporada de uma das queridinhas da Netflix tem um tom diferente das duas anteriores, confesso que me surpreendi. Faço parte daquele grupo que não torce para Joe Goldberg. Desde os primeiros episódios lá em 2018 eu já esperava fervorosamente para que a casa dele caísse a qualquer momento, mas isso nunca acontece. Apesar de extremamente revoltante, é inegável que "You" tem reviravoltas completamente inesperadas, como no final da segunda temporada, no qual Love Quinn mata Candace e Delilah para proteger Joe, e também revela que está grávida. Após os acontecimentos, o casal e "pais do ano" se mudam para um subúrbio da Califórnia, nas palavras do protagonista: “Eu, um menino, e a mãe dele, que geralmente é ótima, mas às vezes mata com as próprias mãos. O que poderia dar errado?”.
Como sempre, Joe começa a temporada dizendo que está disposto a mudar e ser uma pessoa melhor, mas desta vez pelo filho. Nesta nova fase vemos mais de Love, percebemos o quanto ela pode ser impulsiva e passional. Logo no primeiro episódio a personagem já faz mais uma vítima. Também descobrimos que ela matou seu ex-marido, que disse ter morrido de câncer. Apesar de ser capaz de coisas horríveis, ela fica horrorizada ao descobrir mais peculiaridades dos crimes do marido. Ele também é impulsivo, pois já o vimos perder o controle outras vezes, mas Joe é muito mais frio e calculista que Love, sendo capaz de pensar em detalhes mais “práticos”, por exemplo, de como encobrir a lista de crimes de ambos. Vemos Goldberg, em uma luta interna para ser uma boa pessoa, mas sempre com um instinto obsessivo de proteger o amado da maneira errada. Com fins, meios e justificativas mais do que distorcidas, ele deixa se levar pelo seu lado ruim com bastante facilidade e pouca resistência, não conseguindo se livrar dos velhos hábitos.
“Seja a melhor versão de si mesmo”. Eu juro por Deus que não aguento mais essa frase. Não estou criticando as pessoas que se sentem bem com esse tipo de frase. É que motivacional não funciona para todo mundo. Se você curte? Tudo bem, mas não obrigue o outro a gostar ou dizer que é negativo, ingrato ou reclamão, apenas por não ter os mesmos gostos que você. Algumas pessoas se sentem melhor e recebem os acontecimentos de outras formas. Confesso que me incomoda não poder soltar uma reclamaçãozinha de vez em quando, que alguém já vem. “Carpe diem”, “gratitude”, “seja leve, releve”, “o que não mata fortalece”, “SEJA A MELHOR VERSÃO DE SI MESMO”. Caramba! Deixa eu me expressar (risos de desespero). Em alguns dias mal conseguimos segurar as pontas, quem dirá tentar ser a melhor versão de si mesmo.
Acredito que reclamar não significa que odiamos nossas vidas e que não somos gratos por tudo de bom que tem nelas, mas às vezes só queremos nos expressar, externar o que estamos sentindo. A questão do motivacional é que às vezes a gente sente culpa só por não se sentir 100% feliz com alguma coisa e ter a necessidade de expressar isso. Se você consegue lidar com tudo que te acontece com um sorriso no rosto, de verdade, meus parabéns, mas cada pessoa lida com a vida de um jeito. O meu, por exemplo, às vezes é reclamar, às vezes é fazer piada e rir da situação para não ter que chorar. Mas calma, tudo passa. Nem que seja por cima de você. Desculpa, não aguentei a piadoca rs rs. Eu sei que foi muito brega, mas não desiste por aqui não. Seguindo, sem querer terminar esse texto com o clichê pelo qual escrevo, mas já fazendo isso: seja você. Motivacional ou desmotivacional, se expresse como se sentir melhor. Reclamando, gritando ou fazendo yoga e postando legenda cheia de gratitude. E relaxa, o pior ainda está por vir. Desculpa de novo, eu não podia terminar de outro jeito.
Rádio Cidade Tubarão
Produtora Multimídia da Rádio Cidade Tubarão. Falo de séries, filmes e assuntos do cotidiano. Contato: barbarakaroline99@hotmail.com. Instagram: @bdiasjornalista