Não precisa ser um grande expert em meteorologia para saber, na prática, as consequências das fortes chuvas para uma cidade que, além de cortada por um grande rio, possui uma altitude média na sede do município de apenas nove metros acima do nível do mar.
O relevo de Tubarão alerta o quanto suscetível a cidade está destinada a frequentes alagamentos e enchentes em épocas de chuva intermitente, independente de quaisquer ações medianas que a municipalidade venha a tomar.
Não é à toa que a sábia inteligência indígena que habitava por essas terras antes da chegada do homem branco aqui tenha chamado o rio de “Tuba-Nharô” que em Tupi-guarani significa “grande pai feroz”. Muito mais que um simples nome forte, ele evidencia, na prática, os transtornos provocados pelas cheias do rio que foram testemunhados pelos índios desde aquela época ao longo do seu tempo.
Se não bastasse esse relevo desafiador, um novo “ônus” aponta no horizonte da cidade, devido à grande expansão de sua área urbana que está cada vez mais avançando para áreas mais baixas e de risco iminente de alagamento.
Repensando o modelo tradicional de expansão urbana
Enquanto aguardamos a execução da tão esperada obra de macrodrenagem do Rio Tubarão, que poderá amenizar eficazmente o impacto causado das cheias, é urgente reavaliar com mais ênfase o plano diretor para definir melhor a utilização de seu solo.
Diante da realidade do município, é preciso reformular, talvez, um novo modelo de expansão urbana. Uma solução mais direta nesse sentido é promover uma maior verticalização da cidade em área urbanas ainda não exploradas e, assim, evitando sua expansão desordenada para áreas de risco que, certamente, trarão problemas futuros a sua população.
Cidadão Tubá-Nharô
Eduardo Henrique é formado em Comunicação Social/Jornalismo pela Unisul. Foi no setor têxtil que desenvolveu suas maiores aptidões, a de instrutor de treinamentos. Tubaronense de coração é um grande entusiasta pelo futuro promissor da cidade e região.
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