Você trabalha ou só...?

Esta pergunta é muito engraçada, e geralmente é feita a quem trabalha com algo que pra muitas pessoas é um hobbie, como artes, música, esportes e etc. 

Nunca imaginei que ela me seria feita. Se eu fosse romantizar, diria que é porque sou um artista das vendas, o que na real até faz sentido. Às vezes me sinto um artista, afinal empreender no nosso país soa tal qual “viver da nossa arte”, e é necessária uma boa dose de coragem, criatividade, e também resiliência o bastante para aguentar a montanha russa de emoções de todos os dias. 

Mas aprofundando, esta pergunta só é feita porque as pessoas ainda não aprenderam a valorizar de verdade o empreendedor raiz, aquele que empreende não por opção, mas por falta dela, o que foi nosso caso. 

Algumas pessoas ainda acham depois de dois anos, que estou vendendo na rua porque não consegui outro emprego. Em partes isso até é verdade, nós começamos por este motivo, entretanto eu recebo ofertas de emprego frequentemente e permanecer nesse negócio mesmo hoje tendo algumas opções (mas nenhuma delas nem sequer empatando o salário que recebo hoje), tendo criado uma metodologia de trabalho que nos permite fazer um faturamento acima da média de outras empresas de mesmo perfil, apenas vendendo de segunda a sexta, nas nossas próprias condições, foi uma escolha nossa. 

Semana passada eu falei sobre odiar vender, e reitero, continuo não gostando. Contudo, eu amo criar, amo me conectar com pessoas, amo inovar, e tudo isso eu posso fazer dentro do nosso negócio, porque nossas ideias hoje, não precisam de muito para serem executadas. A maior parte delas depende de criatividade e rapidez para executar, o restante é fazer o feijão com arroz de vendas: 

Atender bem e bastante, dar recorrência e principalmente ser vanguarda o tempo todo para não sermos engolidos. O resto é perfumaria. 

No mais, sempre que a pergunta for se eu trabalho, a resposta sempre vai ser:  “eu não trabalho, só vendo doces” .