O filme Besouro Azul, novo projeto da DC, é mais um daqueles que a Warner Bros vê com desconfiança. Assim aconteceu com Shazam! E Shazam! Fúria dos Deuses, bem como Mansão Mal-Assombrada da Disney (esse é bem fraco mesmo). No entanto, diferente desses, Besouro Azul com Bruna Marquezine ainda desponta quando se trata de legado e família, mas é um longa-metragem sem alma e/ou vida.
Na trama, o público acompanha Jaime Reyes (Xolo Maridueña), um garoto que se formou recentemente na faculdade e voltou para casa. Porém, ele se depara com problemas como a falta de um emprego. Nesse meio tempo, ele acaba conhecendo Jenny Kord (Bruna Marquezine), a filha do genioso Ted Kord, o segundo Besouro Azul. A partir deste encontro, sua vida muda completamente quando ele descobre da existência do Escaravelho, um tipo de simbionte maquinário que precisa de um hospedeiro certo.
A história da obra é interessante, e mais ainda pelo fato de ser um personagem desconhecido. Por ser um herói que não está na mente do grande público, e por ter uma brasileira no elenco, é normal que muitas pessoas assistam o filme. É claro que, isso não garante a qualidade, embora possa garantir visibilidade para o Brasil e a América Latina, pois Besouro Azul é um filme latino-americano dentro do estúdio mais estadunidense possível no atual momento do mercado cinematográfico.
Em resposta imediata: Besouro Azul é um filme divertido. Isso é inegável. Não foi feito para ser apenas para os fãs de quadrinhos, embora conte com referências que só esse público vai entender. É uma obra para a família toda. É leve e engraçado em poucos momentos oportunos, mas com momentos galhofas que lembram alguns últimos projetos da Marvel Studios (mais diretamente a vergonhosa série Mulher-Hulk).
Com foco na emoção e preocupação em mostrar uma boa história de origem, o roteiro e direção de Ángel Manuel Soto não é tão bom quanto esperava-se. Soto demonstra insegurança quando se trata de incluir subtramas para agregar o script, sem saber explorar isso de forma compacta, mas acaba sendo inteligente ao conectar um lado humano para o vilão que é imemorável e irritante. Caso realmente haja uma sequência, faz-se necessária uma mudança na equipe criativa, seja no roteiro ou na própria direção. Uma outra situação precária foi a trilha sonora, que é totalmente inexistente. A mixagem de som tem todo o trabalho de tentar deixar as faixas sonoras no plano secundário, se misturando com a ação que é pouca, embora até que precisa com movimentos rápidos, sem cortes bruscos e mais orgânica.
Por fim, para que a análise não seja grande – guardo a crítica técnica para outro momento -, Besouro Azul derrapa na mesmice com um roteiro sem nenhum aprofundamento. Mesmo sabendo utilizar o personagem, o cineasta não consegue criar uma história que prenda o público na cadeira. É rasa e inerente aos projetos da DC, que já foram grandiosos em muitos momentos. Besouro Azul demonstra a saturação desse gênero, que começou fortemente na Marvel em 2022; mas, mesmo assim, deixa espaço para mais projetos de personagens não tão conhecidos do grande público, e isso é excelente.
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Sala Crítica
Gabriel Rodrigues Silveira, 21, é estudante de Jornalismo na Unisul (Tubarão) e apaixonado por filmes, quadrinhos, games e séries. Trabalhou em diversos portais de notícias e sites de cinema, como o Observatório do Cinema, parceiro da UOL. Também fundou e é editor-chefe do Critical Room, site especializado em críticas de filmes e séries, um dos maiores de Santa Catarina no âmbito geek e nerd. Atualmente atua em dois veículos de comunicação na cidade de Tubarão.
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