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Sábado, 09 de dezembro de 2023

COLUNISTAS

Gabriel Rodrigues

Som da Liberdade é um filme necessário  

13/10/2023 10h34 | Atualizada em 13/10/2023 13h37 | Por: Gabriel Rodrigues

O filme Som da Liberdade representa algo a mais na indústria cinematográfica atual. Não é um projeto moldados às pressas e foi feito com cuidado ao longo de alguns anos. Se tratando de um tema sensível, embora necessário, o longa-metragem não se descuida, e muito menos quer errar quando aborda crítica à sociedade que fecha os olhos para o tráfico infantil.

Diferentemente de filmes que o público está acostumado, como do gênero de heróis, terror ou aventura, Som da Liberdade funciona como um drama com pitadas muito leves de humor, ação e religiosidade. E partimos do último princípio, a religiosidade, para construir o cerne deste projeto, que é envolto em algumas polêmicas em seus bastidores. Críticos, jornais brasileiros (os quais não preciso citar) e influenciadores que se acham experts, relatam que este longa-metragem é cristão e tem um olhar da extrema-direita. Esse mesmo pessoal é aquele que tampa seus olhos e ouvidos para a Sétima Arte por completo, analisando sempre de uma forma parcial e política. Nem tudo é resumido em política.

A análise que deve ser feita é sobre o tema proposto no filme, e não ao homem que o inspirou, Tim Ballard. Ballard é uma pessoa polêmica, de fato, mas o projeto não tem a precisão de querer espalhar as más condutas do ex-agente da CIA. Por outro lado, o ator Jim Caviezel se apoia na teoria da conspiração QAnon, propagada por extremistas da direita estadunidense, mas não faz com que isso seja a personalidade do protagonista no filme. Ou seja, todas essas críticas super negativas, ou mesmo notícias tendenciosas sobre ser um “filme da direita” e “filme do Cristianismo”, não são nada mais do que bobagens e parcialidade.

Do cineasta Alejandro Gómez Monteverde, Som da Liberdade traz a história de um ex-agente federal, que embarca em uma missão perigosa para salvar uma menina de traficantes sexuais de crianças. Porém, ele se depara com algo ainda pior: uma rede de tráfico crescente, que tem apoio de pedófilos por todo o planeta.

A obra é moldada a partir da premissa de que “as crianças de Deus não estão à venda”, o que é muito verdade. O tema é um tapa na cara da humanidade, que muitas vezes vivem de forma ininterrupta suas vidas como donos do mundo, e não estendem a mão ao próximo que necessita de ajuda.

Caviezel retorna para um projeto onde ele precisa interpretar um salvador, mesmo que na vida real ele possa ser alguém um tanto polêmico. É claro que, mesmo sendo o protagonista, ele possui cenas intrigantes, mas não chega a ser o melhor do elenco, ou como se diz, “não rouba a cena”. Quem faz isso é a jovem Cristal Aparicio, atriz colombiana que se deslumbrou em um elenco com nomes pouco conhecidos. De longe, é a melhor apresentação entre diversos astros, e por ser criança à época, isso acaba se elevando, com ela destacando todo o seu potencial enorme nas telonas.

Embora a história queira abordar fatos, é claro que há personagens propriamente criados para o longa. Mas o tema é real, e é essa realidade mostrada no filme, mantendo o espectador impactado do início ao fim.

O grande problema de Som da Liberdade é forçar seu protagonista em alguns aspectos, e, também, não largar o comodismo, deixando que todo seu potencial apareça. Mesmo com um roteiro bem elaborado e cenas que fazem um gancho no início e no final, há problemas visíveis quando se trata falar dos personagens de apoio e seus arcos. Em alguns momentos, a tomada de decisão é rápida, o que pode deixar algum buraco na trama, mas não confundir o espectador, visto que o espaço-tempo é bem explorado.

Por fim, Som da Liberdade é um filme importante, que explora um tema sensível, sem querer comercializar algo tão perigoso e triste, que é o tráfico infantil. No entanto, mesmo que seja um bom projeto, é triste perceber a falta de empatia e boa vontade dos jornalistas em não abordar com imparcialidade a obra.
 

 

 

Gabriel Rodrigues

Sala Crítica

Gabriel Rodrigues Silveira, 21, é estudante de Jornalismo na Unisul (Tubarão) e apaixonado por filmes, quadrinhos, games e séries. Trabalhou em diversos portais de notícias e sites de cinema, como o Observatório do Cinema, parceiro da UOL. Também fundou e é editor-chefe do Critical Room, site especializado em críticas de filmes e séries, um dos maiores de Santa Catarina no âmbito geek e nerd. Atualmente atua em dois veículos de comunicação na cidade de Tubarão.

Opiniões do colunista não representam necessariamente o portal SCTODODIA.com.br

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