Havia um senso comum, uma verdade não dita, entre todos que rumaram ao Anibal Costa na noite da última quarta-feira: eles sabiam que presenciariam um jogo marcante para o Hercílio Luz, independente do resultado. Comentei por aqui que a classificação contra o Figueirense foi um resgate a história de um clube centenário. A vitória, e acima de tudo a postura da equipe, levaram esse resgate a outro nível.

Uma critica repetida (com justiça) ao longo de 2022 era direcionada a passividade da equipe em momentos de decisão. O jogo contra o Criciúma passa longe disso: desde o primeiro minuto, o torcedor viu uma equipe aguerrida, agressiva e com propósito. 

Sem exagero, cabem elogios a todos dos 11 iniciais, porém valem alguns destaques: o talento de Leozinho, pela primeira vez como titular, acresceu imprevisibilidade e criatividade ao organizado ataque hercilista, e a dobradinha com Cleiton pela direita não deu sossego a dupla de laterais do carvoeiro; Anderson Ligeiro se tornou a válvula de escape em velocidade e fez sua melhor partida com a camisa colorada; o capitão Rafael Lima foi, novamente, preciso dentro de campo e nas palavras após o jogo; e Igor Silva, com a licença de Nelson Rodrigues, merece a alcunha de bastilha inexpugnável por toda a campanha que fez. Méritos também, é claro, ao comandante Raul Cabral, o maestro da 3ª colocação hercilista.