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Quarta-feira, 29 de novembro de 2023

COLUNISTAS

Luiz Gustavo Kabelo

O perigo da superficialidade: a fragmentação do conhecimento

20/06/2023 18h19 | Atualizada em 20/06/2023 21h54 | Por: Luiz Gustavo Kabelo

Venho acompanhando que, há algum tempo, o conhecimento está passando por um processo de fragmentação. Um exemplo são os vídeos nas redes sociais de poucos segundos, sintetizando um autor ou uma ideia nessa fração de tempo. Eu não preciso explicar que uma carreira inteira, artigos acadêmicos e teorias completas não podem ser resumidas em 30 ou 60 segundos.

O grande problema é: pessoas repedindo frases de senso comum, disseminando uma opinião genérica para o mundo, sem ao menos se preocupar com a veracidade ou a integridade do que é falado. Talvez isso seja feito com a intenção de provar ao seu ouvinte algum conhecimento inexistente que se limita às frases vazias. A priori, não há vontade ou disposição de conhecer o autor, de realmente se dar ao respeito de entender de quem são as frases e pensamentos que o interlocutor não cansa de proferir.

Em meus momentos de autoanálise, busquei entender esse processo de fragmentação. Notei, para além do que via, a necessidade de aprofundar e estudar as teses, para não ficar na superfície da teoria. Compreendi, com o tempo, que por vezes eu apenas repetia frases que escutava em casa ou no trabalho, mas se houvesse uma maior busca sobre o que eu realmente pensava sobre o assunto, eu nem concordaria com o que saia da minha boca. Acabava, como muitos, optando pelo caminho mais curto, talvez por querer continuar o assunto debatido e agradar, de certa forma, o ouvinte ou provar algum saber sobre o tema conversado.

É notável que esse mesmo erro acaba acontecendo com os apoiadores de uma ideologia ou vertente política, como as noções de direita e esquerda e suas interligações com a teoria liberalista ou com o marxista, por exemplo. É muito comum encontrar pessoas que se dizem liberais sem nunca terem lido Adam Smith ou John Locke, ou marxistas que não se aprofundaram em Max e Engels. Igualmente, quando estes leitores ditos “rasos” os conhecem, geralmente é por meio de terceiros no tal “disse que me disse”. O contrário também é válido, quando há uma crítica vazia a estes mesmos exemplos, sem ter uma base sólida para apontar e questionar seus pensamentos. 
Em resumo, reforço a importância de buscarmos nos aprofundar em nossas pautas, de entender o que é defendido por nós. Em contraponto, tornaremo-nos um exemplo típico do que vemos hoje: repetidores rasos e desinteressantes de informações incompletas. Caminharemos, assim, para uma sociedade com milhares de repetidores com pouco conhecimento ou pensamento congruente, inovador ou crítico. E, claro, isso é agravado quando repetimos mentiras sobre algo ou alguém que pouco - ou nada - conhecemos. Mas isso é pauta para outra conversa.

 

Luiz Gustavo Kabelo

Além do Eu

Luiz Gustavo Pereira é compositor e escritor com dezenas de trabalhos lançados por bandas e sua produtora. É acadêmico de Psicologia e foi um dos fundadores da Liga Acadêmica de Saúde e Espiritualidade (Lasesp) e é membro da Liga Acadêmica de Psicanálise (Lepsic).

Opiniões do colunista não representam necessariamente o portal SCTODODIA.com.br

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