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Sábado, 09 de dezembro de 2023

COLUNISTAS

Luiz Gustavo Kabelo

O real impacto da inteligência artificial na sua vida

01/08/2023 18h35 | Atualizada em 01/08/2023 21h35 | Por: Luiz Gustavo Kabelo

Neste último mês, fui bombardeado com posts e artigos sobre as inteligências artificiais (IAs). Mas o que muda, de fato, em nossas vidas com o uso das IAs? 

Meu papel aqui é te deslocar um pouco de sua bolha habitual e te mostrar o que existe além dela. Ademais, se tratando das polêmicas com as IAs, não é tão difícil gerar esse afastamento, pois há pontos diferentes para serem questionados além do que é repetido em tantos outros textos sobre o assunto.
A inteligência artificial já existe há muito tempo, seja nos algoritmos das redes sociais ou em sistemas de segurança. A amostra que o grande público teve com o ChatGPT (4.0) é algo muito pequeno comparado ao grande pedaço do bolo que empresas como a Meta ou Google têm. Esta versão, que mais serve para entretenimento, nada mais é que uma fração de todo poder que as IAs têm.

Segundo pesquisas recentes, 49,4% dos brasileiros já usaram alguma ferramenta das IAs. Mas, afinal, o que isso realmente muda para o grande público? Na verdade, não muda tanto quanto apontam os textos alarmantes que vemos por aí. O que pode acontecer, com maior notoriedade e, claro, não menos preocupante, é uma desvalorização de algumas profissões e serviços.

Assim como foi com o advento do computador, pode ser que as IAs desvalorizem - ainda mais - quem não trabalha com tecnologia. Nesse sentido, por consequência, afetará também a subjetividade daqueles que não estão familiarizados com teclado e mouse, pois quem não está no mundo tecnológico tem cada vez menos valor para o mercado. Além disso, estes indivíduos podem experenciar um profundo sentimento de perda ou de não pertencimento social. Assim como também muda a situação, por exemplo, dos artistas, que agora têm seu trabalho e estudo replicado por uma inteligência artificial, já que ela pode fazer o que eles levam horas em poucos minutos - note que eu falei em menos tempo e não com mais qualidade. Nesse cenário, a qualidade não é tão relevante, pois tudo tem que ser ágil neste mundo das IAs.

Na nossa realidade de seres com inteligência não artificial, não temos tempo para comer ou para aprender a preparar algo diferente. Então, pedimos um iFood; não temos tempo para estudar e ler um livro, então usamos o ChatGPT.  Tudo precisa ser rápido nessa corrida sem linha de chegada e, por conta disso, as IAs estão se dando tão bem.

Não estou cometendo o erro de dizer que as pessoas vão ficar menos inteligentes com a inteligência artificial. Com toda revolução tecnológica essa fala acontece: diziam que as pessoas iriam emburrecer e parar de usar a memória quando a escrita foi inventada. Vejam, não é isso que estou fazendo. O que eu critico é essa pressa de produzir, produzir e não chegar a lugar algum, sem conseguir, ao menos, aproveitar a jornada.  Nos tornamos maratonistas sem causa e sem tempo para encontrar uma causa.

Muitos amigos meus largaram suas profissões para se tornarem programadores, e os que não o fizeram, pensaram na possibilidade. Mas, afinal: quem somos? O que queremos? Essas são perguntas que ficam em segundo plano, afinal em uma maratona não se olha para trás, salvo quando se cai ao chão, quando a ansiedade e a depressão nos acometem, quando o burnout bate à porta. Aí, então, essas perguntas fazem sentido. O que eu quero? Quem eu sou? Por que eu quero o que quero?

A notícia boa é que você pode se questionar sobre isso agora, não precisa esperar a queda. Você não é uma Startup! Você não é uma máquina! Separe um tempo para a autoanálise, para terapia, largue um pouco a mão do Network e viva relacionamentos de verdade. Podemos abraçar a nossa essência humana, e é assim que nos diferenciamos das IAs: sendo o que somos. Nas palavras de Nietzche: “Humano demasiado humano”.

 

Luiz Gustavo Kabelo

Além do Eu

Luiz Gustavo Pereira é compositor e escritor com dezenas de trabalhos lançados por bandas e sua produtora. É acadêmico de Psicologia e foi um dos fundadores da Liga Acadêmica de Saúde e Espiritualidade (Lasesp) e é membro da Liga Acadêmica de Psicanálise (Lepsic).

Opiniões do colunista não representam necessariamente o portal SCTODODIA.com.br

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