O Campeonato Brasileiro da Série D é cruel. Uma perversão parecida com aquela eliminação do Hercílio Luz em casa para o Criciúma, no Estadual desse ano. A edição de 2023 tem 64 equipes, mas apenas quatro sobem de divisão. É claro que a caminhada, naturalmente, elimina quem não tem capacidade de obter o acesso. Mas existem bons projetos que ficam pelo caminho. A Série D é impiedosa.
O caso do Caxias, por exemplo. Vive batendo na trave. No ano passado, foi até as quartas de final. Bastava eliminar o América de Natal para subir, mas foi derrotado. O Rio Grande do Norte é implacável com o Caxias. Em 2021 foi a vez do ABC, também nas quartas de final, eliminar o clube gaúcho.
Em 2020 o Caxias foi eliminado logo na segunda fase, mas teve o azar de enfrentar o Mirassol, que acabou sendo o campeão daquela edição. Em 2019, adivinhe? De novo foi até as quartas, mas eliminado pelo Manaus. E em 2018? Eliminado pelo Treze da Paraíba. Sim, também nas quartas de final.
Ou seja, das últimas cinco edições, o Caxias foi até as quartas de final da Série D em quatro torneios. Bastava avançar mais uma fase para subir, mas não conseguiu. Por outro lado, ouço com frequência uma desvalorização do Hercílio Luz. “Ah, quero ver quando chegar no mata mata”, debocham. E por acaso o que o Caxias tem feito nos últimos anos demonstra incompetência? O futebol tem suas doses de tirania.
Meia-Cancha
Coordenador de jornalismo na Rádio Cidade Tubarão e apresentador do Jornal da Rádio Cidade. Escreve sobre o esporte de Tubarão e política regional.
Opiniões do colunista não representam necessariamente o portal SCTODODIA.com.br