Todo dia 24 de março é lembrado com tristeza em Tubarão em razão da devastadora enchente de 1974. Muitas vidas perdidas, prejuízos de toda ordem e um medo interminável de que tudo aquilo possa acontecer outra vez.
Também em março sempre ocorrem seminários. Eles discutem saídas para que uma nova tragédia não volte a afetar a região. As obras de redragagem do rio são necessárias, mas, infelizmente, não parecem ser prioridade para autoridades políticas, principalmente as estaduais.
Essas obras custam muito dinheiro e possivelmente demandariam financiamentos internacionais. A projeção é que o custo seja de centenas de milhões de reais. Mas o problema é que, antes disso, são necessárias licenças ambientais. E até nesse ponto há morosidade. Bom, se até para obter algo mais "simples" há muito atraso, como ter otimismo em relação às obras?
Existe uma comissão de acompanhamento dos projetos de redragagem. São engenheiros, políticos e outras autoridades em busca de soluções para o problema. Mas a impressão que fica é que o seminário anual nem precisaria acontecer. Para economizar tempo bastaria repetir todas as falas dos anos anteriores.
Enquanto isso o temor não acaba. Eventos como aquele de 1974 são cíclicos - há registros de outras enchentes em Tubarão em décadas anteriores. Em 2010 o rio quase transbordou no Centro. Serviços foram paralisados e aulas canceladas. Enquanto os seres humanos brincam com o risco, a natureza dá sinais do que pode acontecer no futuro.
Meia-Cancha
Coordenador de jornalismo na Rádio Cidade Tubarão e apresentador do Jornal da Rádio Cidade. Escreve sobre o esporte de Tubarão e política regional.
Opiniões do colunista não representam necessariamente o portal SCTODODIA.com.br