Se vivo estivesse, Leonel Brizola completaria 100 anos de vida neste sábado (22). O político gaúcho conseguiu um feito que ninguém ainda repetiu: governar dois estados. Comandou o Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro. Um antes e outro depois da ditadura militar. Mas Brizola não realizou o grande sonho de sua vida. Tentou, mas não conseguiu ser presidente da República.
A história seria diferente se dependesse dos tubaronenses. As eleições de 1989 foram as primeiras diretas para presidente desde a redemocratização. Foram vários candidatos, diversos jingles marcantes e uma disputa ferrenha para suceder José Sarney, que assumiu o governo após a trágica morte de Tancredo Neves.
Nas eleições diretas de 1989, Brizola (PDT) ganhou com folga em Tubarão. Recebeu 20.217 votos, contra 6.070 de Fernando Collor (PRN) e 6.055 de Ulysses Guimarães (PMDB). Paulo Maluf (PDS) fez 5.508 votos. Lula (PT), que foi ao segundo turno - e perdeu -, foi apenas o 5º mais votado na Cidade Azul. Ainda sobre 89, uma curiosidade: o petista fez 34.211 votos em Tubarão no segundo turno, contra 15.819 do presidente eleito. Os eleitores do PDT de Leonel migraram para o PT de Lula.
Líder da esquerda, Brizola também seria presidente da República se dependesse dos catarinenses em 1989. O gaúcho recebeu 632.170 votos, contra 566.990 de Collor.
Mas a onda trabalhista de Leonel não conseguiu levar o gaúcho ao segundo turno. No total, recebeu 11.168.228 votos. Lula, o segundo, alcançou 11.622.673 de brasileiros. O petista foi ao segundo turno contra Collor e perdeu. Será que Brizola no segundo turno faria o resultado daquela eleição ser diferente?
Meia-Cancha
Coordenador de jornalismo na Rádio Cidade Tubarão e apresentador do Jornal da Rádio Cidade. Escreve sobre o esporte de Tubarão e política regional.
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