15 de março de 2020: o primeiro caso de Covid-19 na Amurel era registrado. Dias depois as autoridades políticas determinariam o fechamento das atividades não essenciais. As máscaras fariam parte da nossa rotina. O home-office veio com tudo.
Já não era para ter torcida no estádio naquele 15 de março de 2020. Era um domingo de sol e havia muito temor das pessoas em relação à chegada do coronavírus. Havia um clima diferente naquele dia. Não falo da preocupação pela chegada de um vírus pouco conhecido, mas do consenso de que aquele seria o último jogo do Tubarão. Ninguém sabia quando seria o próximo e muito menos quando o público voltaria ao bem cuidado estádio Domingos Gonzalez.
O Tubarão perdeu para a Chapecoense por 3x1 em mais um sinal de que as coisas não estavam boas. O time era limitado, os recursos prometidos já não vinham e o ex-presidente havia pedindo licença em janeiro daquele ano - para nunca mais voltar.
O Peixe perdeu, o futebol parou e o Campeonato Catarinense voltou semanas depois, sacramentando o óbvio: o Tubarão seria rebaixado. Depois disso, o clube ainda fez campanhas modestas na Série D de 2020 e na Copa Santa Catarina do mesmo ano - que foi disputada no início de 2021. Tentou voltar à elite, mas passou longe do objetivo em 2021 e fez pior em 2022, quando caiu pra terceira divisão catarinense.
15 de março de 2023: felizmente, a Covid-19 vai ficando no passado. As atividades não essenciais funcionam. As máscaras são raramente utilizadas. O trabalho presencial acontece normalmente. Já no Tubarão, ex-funcionários seguem sem receber. Credores lamentam o calote sofrido. Futebol? Ninguém sabe. O ex-presidente? Nunca mais apareceu. Não esqueceremos.
Meia-Cancha
Coordenador de jornalismo na Rádio Cidade Tubarão e apresentador do Jornal da Rádio Cidade. Escreve sobre o esporte de Tubarão e política regional.
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