Cerca de 6 mil indígenas participaram do ato "Ouro de sangue: marcha contra o garimpo que mata e desmata", em Brasília, no início do mês, eles defendem a demarcação de territórios e protestam contra a chamada "agenda anti-indígena", por projetos de lei que libera a exploração de terras, o licenciamento ambiental e o uso de agrotóxicos. As manifestações acontecem justamente no mês em que se comemora o Dia do Índio, que será celebrado no dia 19 de abril.

“Nada mais é do que a comemoração de uma reunião ocorrida em 1940, essa reunião era sobre pautas indigenistas interamericano e foi lá que políticas públicas foram instauradas.”, diz o professor de sociologia Glauco Moretti. A comemoração do Dia do Índio faz homenagem a uma ampla diversidade de povos que tiveram papel fundamental na formação cultural e étnica da população brasileira. A população indígena desenvolveu uma rica cultura formada por diversos costumes.

Os povos indígenas estão espalhados por todo o Brasil e não apenas na Floresta Amazônica e em áreas rurais remotas. Mais de um terço da população indígena do Brasil, ou seja, 315 mil indivíduos, vivem em áreas urbanas, de acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado no ano de 2010. O professor ressalta que a comunidade é considerada uma minoria.

“O índio se tornou uma minoria e sendo uma minoria, há preconceitos sobre a evolução do povo. É lamentável ver povos indígenas sendo expurgados, como os Yanomami”, diz o professor. De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população indígena em 1991 era de cerca de 295 mil pessoas, já na última pesquisa (2010) era de cerca de 818 mil.

O programa A Casa é Sua desta terça-feira (19), trouxe o professor pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA) e integrante do Neabi, Juliano Bitencourt Campos e o primeiro indígena a integrar os programas de Pós-Graduação da Unesc, Fabiano Alves para comentar sobre a importância da data para o povo nativo.