Situação socioeconômica e falta de informação são alguns fatores que explicam a diferença na cultura de contratação de seguro de vida entre os países ricos e os países em desenvolvimento.
A busca por seguro de vida durante a pandemia continua em alta no Brasil. De acordo com o relatório divulgado em outubro pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), a arrecadação referente aos seguros de pessoas atingiu a marca de R$ 15,03 bilhões nos oito primeiros meses de 2021. O valor corresponde a um aumento de 17,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo os dados, a sinistralidade do seguro de vida, nas modalidades individual e em grupo, alcançou o montante de 75,3% em agosto. Apesar do aumento registrado, uma reportagem da CNN informa que apenas 15% da população brasileira tem um plano de seguro de vida contratado.
A realidade diverge da observada em países desenvolvidos, cuja cobertura da modalidade é aderida de forma massiva. No Japão, por exemplo, a porcentagem da contratação do seguro de vida chega a 90% de toda a população, enquanto nos Estados Unidos o índice fica na margem de 70% dos habitantes. Mas por que, afinal, há tanta discrepância entre o Brasil e os países considerados ricos?
Cultura, situação socioeconômica e falta de informação
Para o advogado Antonio Penteado Mendonça, há muitos fatores que podem explicar as diferenças culturais de contratação de seguros entre moradores de países em desenvolvimento e de países desenvolvidos. “Uma resposta comum é a diferença de educação e, consequentemente, das noções de proteção e solidariedade que estão na base do seguro”, pontua ele.
Mendonça vai além em sua análise e menciona a questão da falta de informações a respeito do plano de seguro de vida. “Outra, bastante comum e relativamente verdadeira — especialmente no Brasil — é o completo desconhecimento do que seja seguro por parte importante da população”, afirma.
O especialista pondera, contudo, que a situação é mais complexa e contém outras variáveis que devem ser assimiladas para compreender o verdadeiro retrato dessa realidade referente à baixa contratação do seguro de vida no Brasil. Ele cita como exemplos a questão socioeconômica e o poder aquisitivo que podem dificultar a contratação frente a outras necessidades básicas.