Thor Cugnier Guenther, de 17 anos, teve o apoio da mãe e o incentivo à leitura para se tornar escritor e ilustrador.
Não existem barreiras para quem está determinado a fazer algo. Essa frase é um clichê muito real para um jovem de 17 anos, portador do Transtorno do Espectro Autista (TEA), que mora em Balneário Camboriú. Thor Cugnier Guenther, é escritor e ilustrador de quatro livros já lançados, dois nesse ano de 2021.
Thor é o criador e ilustrador das obras “O bebê dragão” e “Perdidos no meio do deserto” e participou do processo de ilustração da capa e do livro “O mundo das letras e dos sons”, de autoria da mãe, Cláudia Cristine Cugnier Guenther. No primeiro semestre de 2021 lançou "Os dinossauros que mudaram a minha vida", e, agora em outubro lançou, em parceria com a mãe a obra Kolani, de Kuvuziguet, que conta a história de Kolani, um pequeno humano que cresceu entre animais num reino na África do Sul, chamado Kuvuziguet.
O apoio da mãe é fundamental no desenvolvimento de Thor. Como fonoaudióloga e Mestre em Distúrbios da Comunicação, Claudia Cristine Cugnier Guenther, foi além do papel materno e de cuidadora, ela sempre acreditou nos talentos do filho. Cláudia também usou sua experiência na área para ajudar outros autistas e suas famílias, por meio da leitura.
Há alguns anos ela escreveu o livro “O Mundo das Letras e dos Sons” para ajudar o filho Thor a entender e se apropriar do processo da leitura e da escrita. O livro infantil não apenas ajudou o adolescente, como serviu de instrumento para auxiliar outras crianças e jovens com, ou sem o transtorno. “O Thor é um menino incrível, que adora desenhar e entende muito de animações e assim como o livro o ajudou, acredito que possa auxiliar outras crianças nesse processo de aprendizado”, fala a autora.
Dia Nacional do Livro
Nesta sexta-feira (29) é comemorado o dia Nacional do Livro. A data foi escolhida em homenagem ao dia da fundação da Biblioteca Nacional do Brasil, no Rio de Janeiro, quando a Real Biblioteca Portuguesa foi transferida para a colônia, em 1810.
Apesar de ser incentiva e estimulado na escola desde a primeira infância, a leitura está perdendo espaço para outras atividades na iternet. Pelo menos é isso o que revela a Retratos da Leitura no Brasil. Segundo informação divulgada pela Agência Brasil, de 2015 a 2019 o país perdeu 4,6 milhões de leitores. Nesses quatro anos, a porcentagem de leitores caiu de 56% para 52%. Já os não leitores, ou seja, brasileiros com mais de 5 anos que não leram nenhum livro, nem mesmo em parte, nos últimos três meses, representam 48% da população.
A pesquisa divulgada em 2019 mostra ainda que em média, o brasileiro lê cinco livros no ano, mas nem todos inteiros; metade apenas em partes.