Pesquisadores divulgam estudo que mostra que até 2100 o corpo humano pode não conseguir mais manter a temperatura corporal sem adaptações.
Um estudo publicado na última sexta-feira (1°) por pesquisadores da Fiocruz, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA/USP), é o primeiro a analisar os impactos combinados do desmatamento e das mudanças climáticas na saúde humana. Segundo a pesquisa, o desmatamento em grande escala da Floresta Amazônica, associado às alterações do clima aumentará o risco de exposição ao calor extremo, que são fisiologicamente intoleráveis ao corpo humano.
A análise ainda mostra que esses impactos afetarão profundamente regiões onde residem populações altamente vulneráveis. Os resultados apontam que, as consequências desses efeitos aumentaram o risco de estresse térmico na Amazônia brasileira, já que existe um limite de desmatamento da Floresta que impactará a sobrevivência humana. Esse limite é acompanhado por um “efeito extremo na saúde” que, até 2100, pode deixar mais de 11 milhões de pessoas da região Norte do Brasil expostas ao risco extremo de estresse térmico.
Ou seja, quando chegar a esse ponto teremos atingido os limites da adaptação fisiológica do corpo humano, não sendo capazes de manter nossa temperatura corporal. Após a divulgação dos resultados dos estudos, os pesquisadores enfatizam a necessidade urgente de medidas coordenadas para evitar efeitos negativos sobre as populações vulneráveis. “Os efeitos locais das mudanças no uso da terra estão diretamente ligados às políticas e estratégias de sustentabilidade das florestas, e as mudanças nessas áreas estão ao alcance da sociedade. Nessas áreas, o setor de saúde poderia ser um importante motivador na formulação de políticas integrativas para mitigar o risco de estresse térmico e a redução da vulnerabilidade social”, ressalta a pesquisadora da Fiocruz Piauí, Beatriz Oliveira.