Com maior rentabilidade, gerando economia no transporte e consumindo menos energia, a mandioca resiste à principal doença que ataca os cultivos na região e tem feito sucesso entre os produtores de Santa Catarina.
A mandioca Sambaqui, da Epagri, vem conquistando cada vez mais agricultores e proprietários em Santa Catarina. Lançada em 2014 pela Estação Experimental da Epagri de Urussanga (EEUr) como resultado de um trabalho de pesquisa voltado para as necessidades da cadeia produtiva de farinha, atualmente a mandioca ocupa uma área de cerca de 1,1 mil hectares e é capaz de produzir cerca de 30% a mais de farinha.
Ganhando espaço a cada ano, o sucesso da planta também se deve a economia no transporte das raízes, já que menos cargas são necessárias para produzir a mesma quantidade de farinha ou fécula. Além disso, ela também consome menos energia e tempo, reduzindo resíduos líquidos descartados no processo de fabricação. De acordo com o Balanço Social da Epagri, feito em 2020, o cultivo da mandioca gerou um impacto de R$ 7,8 milhões no Brasil em aumento de produtividade e agregação de valor para os produtos.
Segundo o pesquisador da Epagri, Alexsander Moreto, a mandioca sambaqui é fruto de um trabalho de melhoramento genético, desenvolvido pela estação experimental de Urussanga. O rendimento de farinha é devido ao teor de amido da raiz, que é maior do que as variedades usualmente cultivadas no estado. “Quanto maior o teor de amido, maior é o teor de matéria seca nas raízes, o rendimento industrial e, consequentemente, o retorno econômico obtido pela mesma quantidade de raiz processada”, explica o pesquisador.
Um dos maiores produtores do alimento no Estado é o município de Jaguaruna. Na última, em 2020, a Sambaqui representou 77,4% da área cultivada com mandioca no município. A propriedade de Gelson Joaquim Domingos possui cerca de 45 hectares plantados. O agricultor começou a cultivar a planta em 2016 e desde então vem aumentando a área para a produção a cada ano, produzindo até 2,5 mil toneladas de farinha bruta anualmente. “A qualidade da farinha é muito boa e desde que comecei a plantar até agora não apareceu nenhuma doença na lavoura”, destaca o produtor.