Estudos apontam que, além de ocuparem pouco espaço, também há uma desigualdade salarial na remuneração de homens e mulheres da área.
As áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática tiveram um salto após o período de pandemia, com mais de duas mil e trezentas vagas preenchidas em Santa Catarina apenas no primeiro semestre de 2021, é o que mostra um estudo elaborado pelo Observatório da Federação de Indústria do Estado de Santa Catarina (Fiesc). Apesar dos resultados positivos que tem mantido aquecido o setor, a presença feminina continua sendo minoria nessa área, com apenas 24,7% das vagas do estado ocupadas por mulheres.
Além do pouco espaço, a pesquisa ainda aponta uma desigualdade na remuneração, onde, enquanto as mulheres recebem em média R$ 5,2 mil, os homens possuem um salário de R$ 6,7 mil, com uma diferença de quase 30%, de acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS).
Apesar de serem minoria nessas áreas, mais de 60% dos alunos que concluem o ensino superior em Santa Catarina são mulheres. Contudo, nos cursos ligados à área STEM – acrônimo para as palavras Science, Technology, Engineering, Mathematics (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) – ainda é um dos principais campos em que a presença feminina é inferior à masculina.
Mesmo assim, Eliza Coral, gerente executiva do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), uma instituição voltada para as empresas catarinenses com foco na inserção de talentos qualificados nas organizações, garante que essa é uma realidade que aos poucos vem mudando. “A participação das mulheres em profissões STEM vem crescendo. De 2018 para 2019, a presença feminina no setor expandiu 15%, enquanto o número total de empregados no segmento avançou 9%. Esse desafio pode ser contornado com investimento em educação e programas de desenvolvimento para despertar o interesse de meninas por carreiras na ciência e na tecnologia”, destaca a gerente.