O corpo do motorista de aplicativo Patrick Costa, de 22 anos de idade, foi encontrado pela polícia na noite deste sábado (9), enterrado na Praia do Moçambique, no norte da ilha na capital. O jovem estava desaparecido desde a noite da última quarta-feira (6), quando saiu para trabalhar.

O último contato dele com a mãe, Tatiane de Medeiros,  foi no início da madrugada de quinta (7), por volta da 01h. "Estou apreensiva e muito preocupada com a falta de notícias sobre o meu filho", disse.

Familiares e amigos comunicaram a polícia, que iniciou buscas e investigações, até localizar o carro do jovem por meio de GPS do próprio veículo, no Bairro Rio Vermelho, também na região norte.

O Fiat Argo preto estava abandonado, vazio e com uma das laterais do lado de fora com bastante avarias. O automóvel foi levado para o pátio da 8 DP nos Ingleses e deverá ser periciado pelo IGP, que fará o uso de luminol, um reagente quimioluminescente que identifica se partes do carro tiveram contato com sangue e se de fato, esse pode ter sido removido antes do veículo ter sido abandonado.

Nos últmos dias, ninguém mais soube do paradeiro de Patrick, que era morador do sul da ilha, lado oposto da cidade de onde o veículo havia sido encontrado. A polícia, que não informou se ele tinha antecedentes, acredita que o rapaz pode ter sido vítima de latrocínio, roubo seguido de morte, já que o aparelho celular não foi encontrado. No entanto, outras linhas de investigação que possam ter levado à motivação para o crime, não estão sendo descartadas neste momento.

O corpo de Patrick foi levado para o IML da Capital.

 

REINCIDÊNCIA DE CASOS NA GRANDE FLORIANÓPOLIS

Esta não foi a primeira vez que um motorista de aplicativo foi encontrado morto na Região. Em 02 de Fevereiro de 2019, a polícia militar foi acionada por moradores no final daquela manhã, por terem encontrado o corpo de um homem no porta malas de um Logan, na região do Travessão, no bairro Rio Vermelho, vizinho ao Moçambique.

A vítima foi identificada como sendo o motorista de aplicativo Ricardo Cruz dos Anjos, de 38 anos, morador do bairro Jardim Janaina, em Biguaçu. Ele possui, segundo a polícia, dois antecedentes, ambos por Lei Maria da Penha. Numa delas, chegou a ficar preso, mas liberado depois de pagar fiança. A polícia não informou se algum suspeito foi identificado.

Em outro crime ocorrido em Abril deste ano, o motorista de aplicativo egípicio Amr Abdelaziz Mostafa Elaysed de 52 anos de idade, aceitou uma corrida no bairro Caminho Novo, em Palhoça. Com os ocupantes no carro, foi surpreendido no trajeto e, já no município vizinho São José, acabou ferido com um tiro na região do abdômen, sendo levado ao hospital, onde morreu. Ele teve, segundo a polícia, pertences roubados na ação criminosa.

O caso segue sendo acompanhado pela DIC (Divisão de Investigação Criminal) de São José, que informou na ocasião, a prisão de pelo menos um suspeito com antecedentes criminais, e que teria se identificado com o nome de um irmão, este sem passagens pela polícia.

MANIFESTAÇÕES

Diante destes e também de outros casos de ameaças e agressões, vários motoristas de aplicativo, já promoveram protestos pacíficos por meio de carreatas pelas ruas da Capital e da Grande Florianópolis para chamar a atenção das autoridades na busca por mais segurança.

"Além do alto preço dos combustíveis, das peças e dos demais impostos que pagamos, temos que acima de tudo nos preocupar com a nossa integridade física. Uma das buscas pelo serviço por aplicativo, é a segurança, mas esse quesito tem deixado muito a desejar, pelo menos para nós"; desabafou um motorista.