Repetindo a tendência do ano passado, em 2021 o buraco de ozônio revela dimensões maiores que o normal.
Os pesquisadores do Serviço de Monitoramento da Atmosfera Copernicus, da União Europeia, divulgaram dados que mostram que o buraco de ozônio já está maior que a Antártida. De acordo com o monitoramento feito pelos cientistas, o buraco está crescendo rapidamente e é maior que 75% dos buracos de ozônio nessa época do ano, fim do inverno e começo da primavera, desde 1979.
Durante esse período, o buraco de ozônio se forma no Polo Sul e se fecha ao decorrer da primavera, ou perto do verão. Em 2020, o buraco foi se fechar apenas perto do Natal, tendo sido um dos mais longos e com maior dimensão que já havia sido observado até hoje pelos cientistas. Recordes que foram desbancados pelo buraco de 2021, que, de acordo com o centro europeu, já está entre os 25% maiores nos registros desde 1979, e pode aumentar ainda mais.
Segundo os pesquisadores do Copernicus, um buraco de ozônio grande ou pequeno não significa que o processo geral de recuperação da camada não esteja ocorrendo conforme o esperado, mas pode sinalizar qual atenção especial deve ser dada e quais pesquisadas podem ser direcionadas a fim de estudar quais razões levam a esse evento nesses anos específicos.
As temperaturas muito baixas no inverno de 2021, principalmente na maior parte do continente antártico, que contou com muitas áreas de inverno mais gelado que o habitual, pode ser um dos motivos que explicam o fenômeno nesse ano. Apesar disso, os cientistas afirmam que a degradação da camada de ozônio se dá por gases de fabricação humana chamados de CFCs.
Sendo desenvolvidos pela primeira vez na década de 1930 para o uso em sistemas de refrigeração e implantados como propelentes em latas de spray aerossol, os CFCs foram proibidos em 197 países ao redor do mundo, inclusive no Brasil, que proibiu a importação do gás em 2007.
Desde a sua proibição, a camada de ozônio tem mostrado sinais de recuperação, mas, segundo os cientistas, é um processo lento, que pode demorar até 2070 para eliminar completamente as substâncias destruidoras. Com condições climáticas normais, nos últimos anos o buraco na camada de ozônio cresceu até um máximo de 20 milhões de quilômetros quadrados.