Com o avanço da vacinação contra a Covid-19, o governo de Santa Catarina deu mais um passo importante: a flexibilização das regras para o uso de máscaras. A partir de agora, a proteção se torna opcional nos ambientes abertos em que há possibilidade de manter distanciamento. Nos ambientes fechados ou naqueles em que não é possível manter distanciamento, o uso continua obrigatório. O infectologista Rogério Sobroza avalia a medida. "É uma coisa que vai ter que ser feita. O ideal é fazer de forma gradual, primeiro em locais abertos e sem acúmulo de pessoas, não em ponto de ônibus, por exemplo. Mas aqui em Tubarão, na beira-rio, já seria possível as pessoas não utilizarem a máscara", explica.

Segundo o médico, no fim do ano, existem muitos fatores que podem crescer o número de casos. "As pessoas estão ávidas por festas, por confraternizações, tudo que gera aglomeração. São vários fatores que, juntos, podem contribuir para o aparecimento de novos casos. Mas a gente tem que estar atento ao fato se realmente vai aumentar ou não".

Para Sobroza, antes de acontecer essa liberação ainda é necessário focar na cobertura vacinal. "Um dia vai ter que liberar, mas acredito que teríamos que pensar muito bem nas pessoas não vacinados. Talvez ser um pouco mais restritivo em quem não tomou a vacina. Mas hoje é uma briga política, porque as pessoas confundem liberdade de escolha com a questão da necessidade social de se ter uma proteção contra a doença. Precisamos trabalhar mais esses conceitos", admite.

 O que os tubaronenses pensam sobre a liberação das máscaras:

– "Eu sou a favor, não precisa mais. Graças a Deus! É só se cuidar, não se misturar com muita gente", Otília Lúcio.

– "Pra mim, está tranquilo. Eu estou com as duas doses da vacina, então sou a favor", Daniel Lopes.

– "Não deveria liberar. Cada um tem a sua consciência de usar ou não, mas acho que se a doença voltar a crescer, o hospital não vai dar conta. Mesmo com a vacina, ainda estão perdendo vidas", Elisiane de Souza Pacheco.

– "Eu sou contra, pois ainda existem muitos casos. A gente vê uma nova onda no exterior, está matando bastante gente ainda. Eu tenho medo e acho que a população não deveria aceitar essa flexibilização. Não é o momento", Ana Rodrigues*.

– "Eu sou contra, porque a pandemia não parou. Eles estão escondendo muita coisa, por causa do fim do ano e do Carnaval. Estão pensando mais no comércio do que nas pessoas", Marta Regina.

– "Acho que como é um ambiente aberto e as pessoas não ficam muito próximas, sou a favor. Mas em locais fechados, como loja, shopping, cinema, eu aconselho que todos continuem usando", Vanessa Cristina dos Santos.

*Nome alterado por solicitação da entrevistada