Tendo mais de 71% da população vacinável imunizada contra a Covid-19, o município de Tubarão busca os idosos que já podem receber a dose de reforço. O motivo é o aumento de casos da doença em pessoas acima de 60 anos.
Apesar da ampla cobertura vacinal alcançada contra a Covid-19, muitas cidades vêm percebendo um registro mais especifico de casos em idosos. Em agosto, por exemplo, 70% das mortes pela doença no Brasil foram de pessoas acima de 60 anos. Isso foi o que mostrou o boletim do Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz, a Fiocruz. Em Tubarão, o secretário de Saúde, Daisson Trevisol, diz que a realidade é maior, em especial, em idosos que já tomaram a segunda dose da vacina há mais de seis meses. "Aqui em Tubarão, não temos esse dado específico do aumento, mas os óbitos continuam acontecendo nos mais idosos ou em quem não está vacinado", lamenta.
Diante disso, os idosos já podem receber a terceira dose da vacina. No entanto, muitas pessoas não retornaram para receber a chamada terceira dose. Daisson atribui a falta de vacinação a dois motivos: desconhecimento dessa possibilidade e polarização política. "A questão da dose de reforço, muitas vezes, é por desconhecimento que há a possibilidade de se vacinar. Por isso, tentamos disseminar nos meios de comunicação. Já a não-vacinação é pela questão do movimento antivacina. A gente acha um absurdo, principalmente por sermos pesquisadores da área da saúde há muito tempo, ouvir que a opinião de alguns vai contra a vacinação. Nós fomos salvos, a vida inteira, pela vacinação", afirma.
Para exemplificar a importância da vacinação e a eficácia dos imunizantes, o secretário relaciona a Gripe Espanhola e a Covid-19. "A Gripe Espanhola não tinha vacina, era um momento diferente, tinham menos pessoas no mundo, menos globalização, menos circulação e morreram 50 milhões de pessoas. Elas precisaram pegar a doença e se imunizar. A vacina antecipa essa fase e, por isso, morreram 4,5 milhões de pessoas no mundo de Covid-19. Isso mostra que a vacina salva muitas vidas. É um comparativo muito simples. Em um momento em que tínhamos, talvez, um décimo da população mundial, uma doença matou dez vezes mais do que hoje em dia. É um claro exemplo de que a vacina funciona", garante.
O município de Tubarão vem realizando a busca ativa de pessoas que não retornaram para a segunda dose ou dose de reforço. Muitos já se mudaram ou acabaram morrendo nesse período. A grande dificuldade, segundo Daisson, é a quantidade de profissionais para fazer esse levantamento.