Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Segurança

Advogada catarinense acusa lutador de jiu-jitsu de estupro

De acordo com a mulher de 29 anos, Roosevelt Sousa a estuprou enquanto ela dormia.

Santa Catarina, 26/04/2022 10h45 | Por: Redação
Foto: Arquivo Pessoal

Uma advogada catarinense, que preferiu não ter seu nome divulgado, acusa o atleta de jiu-jitsu Roosevelt Sousa de estuprá-la enquanto ela dormia. O caso teria ocorrido em Balneário Camboriú em fevereiro.

A vítima registrou um boletim de ocorrência, e o caso está sendo investigado pela Delegacia da Mulher. A informação inicial foi publicada pelo UOL.

Atleta da academia Fight Sports, Roosevelt vive nos Estados Unidos, mas estava no Brasil até o mês passado para competir pelo ADCC, um campeonato de submissão com sede nos Emirados Árabes Unidos. Em sua passagem por Santa Catarina, ele conheceu a advogada por meio de um aplicativo e manteve a relação por algumas semanas.

A mulher afirma que o estupro aconteceu no dia 4 de fevereiro, véspera da luta de Roosevelt, no hotel em que ambos estavam hospedados em Balneário. Segundo o depoimento dela, registrado um mês e meio após a data na Polícia Civil, o lutador manteve relações sexuais com ela enquanto ela estava "apagada, sob efeito de medicamentos para dormir". 

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Em nota publicada em seu perfil do Instagram, o lutador negou a acusação e disse estar sendo vítima de perseguição. "Essa pessoa foi tão longe a ponto de fazer ameaças de morte a mim e a pessoas próximas", afirma.

Versão do lutador

Procurado pela reportagem do UOL, o lutador indicou o advogado João Paulo Mazzieiro para representá-lo. 

"Essa história é uma completa mentira", afirmou o advogado João Paulo Mazzieiro a reportagem do UOL. "Roosevelt nunca teve qualquer relação não consentida com ela, muito menos com a capacidade de resistência reduzida (uso de remédio). Tudo isso é uma farsa, criada por ela." O advogado disse não poder divulgar "provas" sobre a farsa porque o caso corre em segredo de Justiça. 

Roosevelt acabou sendo afastado das atividades de ensino da equipe Fight Sports para se defender da acusação.

A reportagem também teve acesso ao print de uma conversa de WhatsApp onde Roosevelt admite ter feito sexo com a advogada enquanto ela dormia, o que para ela constitui uma confissão do crime de estupro de vulnerável. Na mesma conversa, entretanto, o lutador diz o contrário. Segundo seu advogado, o trecho precisa ser entendido em todo o seu contexto.

Versão da advogada

A advogada afirmou que teve uma relação abusiva com o lutador e que o estupro lhe rendeu sequelas psicológicas. Ela conta a reportagem do UOL que o levou para sua casa, em Tubarão (SC), onde ele esteve por cinco dias.

"Ele dizia que não tinha dinheiro. Eu pagava tudo. Me tornei motorista particular dele durante esse período, gastei quase R$ 2 mil de gasolina. Paguei comida, transporte, tudo que ele quis", relembra. Os dois faziam sexo consensual com frequência, relata a advogada. Mas, com o passar dos dias, as brigas também se tornaram frequentes.

Quando o dia da luta chegou, ela acompanhou o lutador até a cidade e se hospedou no mesmo hotel em que os atletas ficaram, mas em quartos diferentes. A advogada afirma ter convidado o atleta para passar a noite da véspera do combate com ela. "Mas eu avisei que tomaria remédios para dormir e que, quando ele chegasse, eu já estaria dormindo. Pedi que ligasse para eu abrir a porta", disse ela.

Ela afirma que acordou desnorteada devido ao efeito do medicamento, um ansiolítico e calmante, enquanto Roosevelt batia na porta de forma incisiva. "Abri a porta e sequer consegui falar com ele, de tão zonza e sonolenta que estava. Deitei na cama e apaguei. Tenho alguns flashes dele em cima de mim, me estuprando, enquanto eu estava apagada. Não conseguia falar nem reagir", conta. No dia seguinte ao examinar o próprio corpo, a advogada teve certeza de que havia acontecido uma relação sexual.

No dia 22 de março, quase dois meses depois, ela foi à Delegacia da Mulher de Tubarão, onde mora, para registrar o boletim de ocorrência. Ela afirma que desde que tomou consciência de ter sido vítima de estupro não tem conseguido dormir nem sair de casa.

O delegado Eduardo Dallo, da Delegacia da Mulher de Balneário Camboriú, afirmou que o caso está "sob investigação" e que a polícia coleta informações preliminares para em seguida instaurar o inquérito. "O suspeito será interrogado como o último ato do inquérito", disse.

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