Três desembargadores participaram da decisão, que foi unânime. Vítima diz que irá recorrer da sentença
A promotora de eventos Mariana Ferrer, de 25 anos de idade, vai recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) após a Justiça manter, nesta quinta-feira (7), a absolvição do empresário de futebol André de Camargo Aranha, 45 anos. Ele é apontado, em inquérito policial, de ter dopado e estuprado Mariana em dezembro de 2018, em um beach club em Jurerê Internacional em Florianópolis.
Três desembargadores participaram do julgamento, que teve resultado unânime. Por 3 votos a 0, decidiram inocentar Aranha os desembargadores Ana Lia Carneiro, Ariovaldo da Silva e Paulo Sartorato. Ou seja, os magistrados mantiveram a decisão em primeira instância proferida em setembro de 2020. Na época, segundo a sentença, não foram apresentadas provas suficientes para sustentar a acusação.
O QUE SUSTENTAM AS PARTES
Advogado de Aranha, Cláudio Gastão da Rosa Filho disse que a decisão dos magistrados “reflete o que consta nos autos” e que “todas as provas são no sentido da absolvição do André”. Na versão do empresário, Ferrer praticou sexo oral, mas de forma consensual.
Já o advogado de Mariana, Júlio Cesar Ferreira da Fonseca, informou que os desembargadores reconheceram “que a conjunção carnal ocorreu e que o autor foi o réu”. Porém, entenderam que a prova da vulnerabilidade, na qual Aranha teria dopado Ferrer antes de violentá-la, ainda seria insuficiente. O recurso, segundo ele, já está em análise.
Testemunhas e provas periciais, no entanto, mostraram que o empresário havia dopado e violentado Mariana. Apesar disto, em 2020, ele ganhou a primeira batalha na Justiça com a sentença inédita de “estupro culposo” — quando não há intenção de estuprar.
Na ocasião, o caso ganhou repercussão nacional, e milhares de pessoas se manifestaram com duras críticas quanto à decisão da justiça.