Com a previsão de um ciclone se aproximando da costa catarinense impulsionando uma massa de ar polar, surgiram notícias na internet a respeito de um possível furacão estar se formando no litoral
Nos últimos dias, circularam informações nas redes sociais sobre a presença de um possível furacão no litoral sul do Brasil. Essas notícias vieram à tona após a confirmação de um sistema de baixa pressão que impulsionaria a chegada de uma massa de ar frio. O meteorologista da Epagri/Ciram, Clóvis Corrêa, dá detalhes sobre o tema e descarta a possibilidade de um furacão. Ele ressalta que o ciclone que está se aproximando tem características de extratropical e tem ventos fortes, mas não é igual a um furacão, que tem rajadas ainda mais violentas. Ele destaca que não é a época de formação destes sistemas.
"A época dele é justamente para o fim do verão e início do outono. O Catarina foi assim, o único que temos registro. Nos Estados Unidos, na região do Golfo do México, na Austrália e também no Japão, há essa condição também, no fim do verão e início do outono, é onde as possibilidades de furacões são mais fortes".
Clóvis ainda pontua que o furacão precisa de águas quentes para sua formação, acima de 26ºC na superfície e em profundidade. Ele ressalta que as águas no litoral catarinense estão frias demais. Clóvis pontua que o ciclone em formação também pode ter características de uma tempestade subtropical. "O sistema se formando no nosso litoral é tipicamente extratropical, que é o normal na nossa região, mas ele terá características subtropicais, ou seja, ele poderá ser um pouco diferente, mas não será igual um furacão e os ventos não deverão passar dos 100 Km/h".
Clóvis relata o que é preciso para que um furacão ocorra. "Ele tem que ter a formação de uma baixa pressão e a partir daí, ele é alimentado pela água quente do mar, formando suas características. Outro fator importante é não termos, em níveis altos da atmosfera, como em torno de 10 mil metros, ventos mais fortes do que os que estão ocorrendo na superfície, porque senão, esses ventos inclinam as nuvens do furacão e impedem sua formação".
O meteorologista menciona que a reunião de todas essas condições são raras de acontecerem ao mesmo tempo no Atlântico Sul, o que possibilitaria a formação de furacões com mais frequência.