Saúde, Educação ou Infraestrutura? Que nada... O movimento em Içara e Criciúma é disputar o bolsonarismo local. Assim faz o prefeito Clésio Salvaro, quando cumpre agenda em Brasília com o ex-presidente Jair Bolsonaro e lideranças do PL, a despeito de o partido já ter um pré-candidato em Criciúma.
Mais recentemente, outro município da Amrec entrou para a lista das cidades que disputarão o bolsonarismo durante e eleição. Henrique Guglielmi, pré-candidato do MDB em Içara, não economizou palavras ao se autoproclamar "mais bolsonarista" que a atual prefeita, Dalvania Cardoso.
A adesão ao bolsonarismo não é apenas uma questão de política, mas também uma tentativa de conquistar um eleitorado que se sente órfão de representação após a saída de Bolsonaro da presidência. Guglielmi e Salvaro, que lança o sucessor Vaguinho Espíndola, estão apostando alto na capacidade de mobilizar a base de eleitores em cidades em que o bolsonarismo é latente.
Mas até que ponto a corrida para se provar quem é mais bolsonarista pode ser positiva em um momento em que a oportunidade é discutir os reais problemas das cidades? Por um lado, pode consolidar o apoio entre os eleitores que ainda veem Bolsonaro como uma figura central na política nacional. Por outro, alienar eleitores mais moderados que buscam alternativas além da polarização política.
A insistência em um bolsonarismo puro pode levar a uma campanha marcada por divisões e ataques pessoais, desviando o foco de questões como o desenvolvimento econômico, infraestrutura e qualidade de vida, por exemplo. Guglielmi, ao ser entrevistado, criticou a gestão atual pelo abandono de parques industriais, um tema relevante que pode se perder em meio à batalha de quem é mais fiel a Bolsonaro.
Por fim, a disputa pelo título de "mais bolsonarista" é uma reprodução do atual momento político do Brasil, onde a figura de Jair Bolsonaro ainda exerce uma influência considerável. Guglielmi e Salvaro estão, cada um à sua maneira, tentando capitalizar essa influência. A pergunta que fica é: será este o debate que vamos assistir durante a campanha?
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