O empresário Luciano Hang e a Havan publicaram nota lamentando a decisão do desembargador Ricardo Fontes, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, que afastou a indenização que a Folha de São Paulo teria que pagar à varejista, e ao seu proprietário, por falsa acusação em matéria jornalística. O TJ-SC acolheu recurso contra decisão que havia condenado a Folha e a repórter do jornal Patrícia Campos Mello a pagarem uma indenização de R$ 100 mil para o empresário.

A matéria foi publicada em 2018, acusando a Havan e Hang de enviarem em massa mensagens no WhatsApp durante as eleições presidenciais de 2018. Segundo a nota expedida por Hang, “o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já havia reconhecido que não haviam evidências de que ele tivesse feito algo ilegal, absolvendo-o totalmente.”

A nota informa ainda que “apesar da acusação da Folha não ter sido comprovada como verdadeira, o desembargador afirmou que não ficou claro se a Havan sofreu algum prejuízo, usando como argumento que é uma empresa bem-sucedida”. Em relação a Luciano Hang, a nota cita que o relator disse que o empresário foi apenas mencionado na matéria e, por isso, não foi prejudicado pela publicação.

“É inaceitável que uma acusação falsa, que não foi comprovada, não gere consequências apenas porque a Havan é bem-sucedida. Essa reportagem, com falsas acusações, gerou danos à minha imagem e à empresa. Essa decisão é um verdadeiro absurdo”, avalia o dono da Havan.

Hang e a varejista irão recorrer da decisão, reforçando que o sucesso da empresa não elimina a ilegalidade e os danos causados pela publicação da Folha de São Paulo. No "Monitor de Assédio Judicial contra Jornalistas no Brasil", desenvolvido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, Hang chegou a ser identificado como quem mais ajuizou ações enquadradas pelo projeto como assédio, dentro do período analisado por uma pesquisa feita pela entidade.