A pesquisa apontou que o Estado tem capacidade de produzi-la, sem risco ao meio ambiente e agregando valor à cadeia produtiva da maricultura
Já pensou em um biofertilizante que vai do mar para a lavoura? A Epagri e a UFSC já. E a proposta está virando realidade em Palhoça, município da Grande Florianópolis líder nacional na produção de mariscos. Lá está sendo produzida a macroalga Kappaphycus alvarezii, que depois de processada se transforma em biofertilizante. Segundo o Decreto 4.954, biofertilizantes são “produtos que contém princípio ativo ou agente orgânico, isento de substâncias agrotóxicas, capaz de atuar, direta ou indiretamente, sobre o todo ou parte das plantas cultivadas, elevando a sua produtividade, sem ter em conta o seu valor hormonal ou estimulante”.
A Epagri, em parceria com a UFSC, desenvolve projeto desde 2008 para estudar a viabilidade de produzir esta macroalga no litoral catarinense. A pesquisa apontou que o Estado tem capacidade de produzi-la, sem risco ao meio ambiente e agregando valor à cadeia produtiva da maricultura.
Em abril deste ano os maricultores de Palhoça receberam autorização dos órgãos ambientais para iniciar a produção comercial do vegetal. Era só o que Raulino de Souza Filho, mais conhecido como Nino, esperava. Ele, que já cultivava a alga de modo experimental em parceria com a Epagri, investiu em maquinário e montou a estrutura necessária para produzir o extrato de alga, matéria-prima para produção do biofertilizante. Trabalhando ainda de forma experimental, sem pretensões comerciais, ele conseguiu produzir no ano passado 36 mil litros do extrato.
O pesquisador da Epagri, Alex Alves dos Santos, participou do programa Cotidiano da última quarta-feira (23) e salientou detalhes sobre o projeto.