A greve dos professores no estado completa uma semana nesta terça-feira, dia 30, e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte) afirma que a adesão está chegando em 50%. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o governador Jorginho Mello afirma que o estado não tem dinheiro para atender às solicitações do Sindicato e que irá tomar providências para que os alunos sigam com as aulas normalmente.

No vídeo, o governador afirma que serão tomadas duas providências: que desconte os dias parados dos professores grevistas e a contratação imediata de professores temporários para manter todas as salas de aula funcionando. 

“Para garantir o direito de todos os estudantes a acessarem a sala de aula, estamos tomando duas medidas: primeiro, determinei à Secretaria de Educação que desconte a falta dos professores grevistas. Segundo, vamos contratar imediatamente professores temporários para manter todas as salas de aula funcionando”, afirmou o governador no vídeo.

Na divulgação, o estado ainda diz que somente 10% dos professores aderiram à paralisação. Já o Sinte diz que até esta terça-feira, dia 30, a adesão deve chegar a quase 50%. 

“Nunca na história vimos a postura de um governador que trabalha dessa forma, provocando os trabalhadores. Isso inicia um clima muito tenso, a greve vem aumentando. Hoje nós vamos fazer um levantamento, acredito que já está passando de 45% e a perspectiva é que amanhã chegue a 60 ou 70% da categoria paralisada em Santa Catarina”, afirma o coordenador estadual do Sinte, Evandro Acadrolli, em entrevista ao jornalista Denis Luciano, na Rádio Cidade em Dia.

No fim de semana, o Sinte divulgou um vídeo de propaganda sobre a desvalorização dos professores, acompanhe baixo:

Confira na íntegra o pronunciamento do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello:

“Nosso salário é o maior da região sul, mas ainda assim eu acho pouco, pela importância que têm os professores na educação. Desde o ano passado nossos secretários estão ouvindo e negociando com a categoria. Em 2023 já tivemos vários avanços por iniciativa do Governo. Mas, fazer tudo o que os sindicalistas pedem é impossível. 

Eu te explico: já aumentamos mais de 100% do vale alimentação, revisamos o desconto de 14% criado pelo governo anterior. Aumentando portanto o valor que os aposentados recebem todos os meses. Até o final de junho, vamos fazer o maior concurso da história de Santa Catarina, contratando 10 mil novos profissionais para trabalhar na educação.

Também vamos viabilizar que todos os professores tenham um horário remunerado fora da sala de aula para planejar conteúdos e preparar provas. Mesmo com todo esse esforço, uma minoria ligada a sindicatos prefere colocar lenha na fogueira e começar uma greve descabida. Com baixa adesão, ainda bem, dos professores. 

Eles reivindicam um único ponto, que nesse momento é inviável: a descompactação da folha. Custaria R$4,6 bilhões aos cofres públicos. A gente ultrapassaria, e muito, a lei de responsabilidade fiscal. Praticamente quebraria o estado. Ou seja, atender o sindicato é cometer um crime de improbidade administrativa. O estado estaria gastando mais do que é permitido por lei. Isso eu não vou fazer. 

Peguei um estado com um rombo bilionário e, com muito trabalho e seriedade, seguirei arrumando tudo o que encontrei de errado. 

Para garantir o direito de todos os estudantes a acessarem a sala de aula, estamos tomando duas medidas: primeiro, determinei à Secretaria de Educação que desconte a falta dos professores grevistas. Segundo, vamos contratar imediatamente professores temporários para manter todas as salas de aula funcionando. 

Para finalizar, quase 90% dos professores não aderiram à greve. Registro o meu muito obrigado por continuarem firmes na nobre missão de educar crianças e jovens. 

Reafirmo o compromisso de continuar de forma responsável, valorizando sempre o seu trabalho. Conte comigo.”