Nesta terça-feira (23), os professores de Santa Catarina erguem suas vozes em uma greve decidida a forjar um amanhã melhor. Desde 2021, suas reivindicações ecoam sem resposta, mas agora o silêncio do governo será correspondente às salas de aulas vazias. 

A greve, deflagrada em uma Assembleia Estadual histórica no dia 4 de abril, reuniu mais de 5 mil participantes na Praça Tancredo Neves, em Florianópolis. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte/SC) tem marchado para o diálogo desde a ascensão do Governador Jorginho Mello em 2023, denunciando a defasagem salarial que assola os educadores do estado. Após inúmeras tentativas de negociação em vão e com salários congelados desde 2021, a greve abraça toda a rede estadual de ensino.

"Essa greve não é apenas por dinheiro. Ela clama por dignidade. Exigimos mais do que palavras vazias: queremos propostas concretas para o Plano de Carreira, a descompactação da tabela salarial, a garantia da hora atividade para todos os profissionais da educação, datas definidas para o Concurso Público e a retirada do desconto abusivo de 14% sobre os aposentados", declara o coordenador do SINTE-SC Evandro Accadrolli.

O Governador chamou os trabalhadores para uma conversa na última sexta-feira, mas não apresentou nenhuma proposta. "Foi uma perda de tempo essa conversa e não vamos mais tolerar esse descaso com essa profissão tão relevante para a sociedade. É fundamental que ele passe das palavras à ação. O Governador precisa agir agora e mostrar que valoriza de fato o magistério catarinense. A greve só terminará quando nossas exigências forem atendidas", enfatiza Accadrolli. 

Neste primeiro dia, terça-feira, 23, a mobilização será descentralizada em diversas regiões do estado, com manifestações que incluirão faixas e passeatas nos maiores colégios e gerências regionais. O Sinte/SC permanece disponível para dialogar com o governo estadual.