A Polícia Federal investiga um barco encontrado à deriva na costa do Pará no sábado (13),  contendo nove corpos e indícios de que ao menos 25 pessoas poderiam estar a bordo. A embarcação, com dimensões de 15 metros de comprimento por 2 metros de largura, não continha motor e nem leme, e sugere uma travessia do Atlântico, partindo da Mauritânia com destino às Ilhas Canárias, conhecidas como rota migratória para a Europa. O barco foi descoberto por pescadores no rio Caeté, próximo à praia de Ajuruteua, em Bragança, cerca de 215 quilômetros distante de Belém.

No dia do achado, técnicos da PF foram deslocados imediatamente para iniciar a identificação dos corpos, com o reforço de médicos enviados no domingo seguinte. Segundo a PF, a investigação ocorre em colaboração com a Marinha e órgãos de segurança estaduais do Pará. A perícia busca determinar a identidade das vítimas, predominantemente do continente africano, e as circunstâncias de suas mortes, inicialmente atribuídas à escassez de recursos básicos como comida e água.

Além dos esforços de identificação, que seguem protocolos internacionais da Interpol, o Ministério Público Federal no Pará também abriu investigações nas esferas criminal e cível, enquanto a Marinha realiza inspeções para apurar mais detalhes sobre o incidente. A situação também atraiu a atenção da Agência da ONU para Refugiados, que expressou preocupação com a segurança das pessoas deslocadas forçadamente, reiterando a necessidade de uma resposta global coordenada.