País tem feriados para registrar a data da independência e da proclamação da república, mas descobrimento é comemorado em dia útil
Já passaram 524 anos desde que Pedro Álvares Cabral atracou nas terras brasileiras, acompanhado de 13 caravelas e quase 1500 tripulantes. Dizer que ele atracou no Brasil pode parecer um anacronismo. Afinal de contas, o nome na época era Pindorama, dado pelos indígenas que estavam por aqui antes dos europeus, que decidiram rebatizar o país chamando de Ilha de Vera Cruz e mudou de nome outras seis vezes até chegar no que conhecemos hoje.
Para os mais alheios às datas comemorativas, talvez algo passe despercebido, mas a data não é um feriado, como dia 7 de setembro, quando se comemora a independência e o dia 15 de novembro com a proclamação da República. Inclusive, na data anterior à esta, há um feriado, 21 de abril, Dia de Tiradentes.
Para o professor de história Maurício Ghedin, os problemas vão além da data. "Durante um certo tempo, aprendemos uma história que aprendemos na escola e hoje sabemos que ela não é uma história verdadeira. Pedro Álvares Cabral se perdeu na rota e desembarcou na Bahia. Hoje, você sabe que nada disso é verdade. Inclusive falar em descobrimento é errado. Os portugueses já sabiam da existência do Brasil desde 1498. O que ocorre em 1500 não é um descobrimento, é uma conquista", explica.
O professor também sugere uma reflexão para este dia. “A melhor forma que temos de celebrar o nosso país é assumirmos um compromisso de fazer dele um lugar melhor. E como que a gente faz isso? A gente faz isso com decência, com ética, e com trabalho. Também com respeito à diversidade de opiniões, de pensamentos, de religiões, enfim”, projeta.