Quarta-feira, 03 de julho de 2024
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TCE apurou que estado deixou de investir R$ 265 milhões em ações preventivas contra enchentes nos últimos anos

Investimentos deste ano também estão abaixo do programado

Itajaí - SC , 01/07/2024 15h35 | Por: Joca Baggio
Foto: Divulgação/SCTodoDia

O Tribunal de Contas do Estado apurou que Santa Catarina deixou de investir R$ 265 milhões previstos no orçamento em ações preventivas da Defesa Civil entre os anos de 2020 e 2023, ou seja, menos de 50% dos recursos previstos foram investidos nos últimos quatro anos. Já no exercício de 2024 os investimentos na Defesa Civil também estão devagar e, se o ritmo continuar o mesmo, devem ficar em 60% do previsto. 

Para se ter uma ideia do descaso com a Defesa Civil no Estado, segundo o Portal da Transparência, o governo deixou de investir R$ 265.471.103,62 em ações, o que poderia ter minimizado os impactos das enchentes no estado neste ano. O relatório do TCE aponta falta de investimentos em obras na bacia do rio Itajaí-açu, uma das regiões mais atingidas por desastres climáticos.

O valor considera as dotações previstas para a Secretaria de Estado de Proteção e Defesa Civil, o Fundo Estadual de Proteção e Defesa Civil, o Fundo de Melhorias do Corpo de Bombeiros Militar, o Fundo Estadual de Promoção Social e Erradicação da Pobreza e a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina. 

Já neste ano, de acordo com informações levantadas pela Diretoria de Contas de Gestão (DGE), no primeiro quadrimestre foram executados 19,57% dos R$ 216.976.095,59 previstos no Orçamento, sendo liquidados R$ 42.457.898,08. “Se o ritmo for igual nos demais quadrimestres do ano, o percentual executado será de cerca de 60%, abaixo, novamente, da dotação orçamentária prevista”, ressaltam auditores fiscais de controle externo da Diretoria. “No entanto, o Estado poderá, a qualquer momento, aumentar o ritmo de execução e chegar próximo aos 100% desejados”, esclarecem. 

O presidente do TCE/SC, conselheiro Herneus De Nadal, salienta a importância da atuação da Relatoria do Meio Ambiente como forma de contribuir para que sejam evitadas situações, como os desastres naturais que vêm ocorrendo no Brasil, e também em Santa Catarina, com prejuízos para o poder público e para a população.  

“Nós temos situações de orçamento superestimados, orçamentos subestimados e orçamentos com baixa execução, então esse é um case importante para que possamos refletir nossa atuação nas mais variadas funções”, destaca o conselheiro Gerson dos Santos Sicca. Já o relator José Nei Ascari diz que as causas das sobras orçamentárias podem ser pela previsão errada da necessidade dos recursos ou pela falta de realização de ações programadas. 

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Ações para 2024

Na ação de fiscalização, o TCE/SC verificou que o Estado previu, no orçamento para 2024, recursos para a Secretaria de Proteção e Defesa Civil da ordem de R$ 3 milhões para a realização de sete obras voltadas à prevenção de eventos climáticos e meteorológicos, em contraste com os R$ 23,4 milhões orçados, em 2023, para 21 obras na bacia do Rio Itajaí — nessas, foi constatada ausência de valor empenhado, o que indica, na opinião de auditores da DGE, ausência de execução de ações voltadas a uma das regiões historicamente mais afetadas por eventos climáticos e meteorológicos.  

“A ocorrência de eventos climáticos extremos é recorrente e com efeitos cada vez mais nefastos em nosso Estado. Nesse sentido, ganham importância as políticas públicas de prevenção, mitigação e resposta a desastres, componentes de uma rede de proteção na qual a defesa civil é protagonista e determinante para o sucesso das ações”, afirma o conselheiro Ascari. 
 

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