O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retoma amanhã o julgamento que decide sobre a permanência do senador catarinense Jorge Seif (PL-SC) e o político vem adotando as mais diferentes estratégias para se livrar da cassação. Eleito em 2022, Seif é investigado por suposta prática de abuso de poder econômico na campanha. O seu caso é semelhante ao que resultou na cassação dos cargos do prefeito e do vice-prefeito de Brusque, José Ari Vequi (MDB) e Gilmar Doerner. Eles foram mantidos nos cargos pelos desembargadores do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), mas afastado pelo TSE.
A primeira mudança radical de Seif foi com relação às suas publicações nas redes sociais. Bolsonarista raiz, o senador catarinense era, até algumas semanas atrás, crítico contumaz dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Judiciário como um todo, ele baixou o tom e suas redes sociais ganharam novo direcionamento. Inclusive, um dia desses ele chegou a publicar um elogio ao ministro Gilmar Mendes.
Seif também acompanhou seus advogados a visitas aos gabinetes dos ministros do TSE e STF nas últimas semanas, com o intuito de suavizar suas relações com o Judiciário. Aliados a Seif também afirmaram que ele teria mobilizado políticos nas últimas semanas para tentar convencer o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, e outros ministros da Corte, de sua inocência.
A estratégia foi pedir para que políticos com acesso aos ministros argumentassem a favor dele. Inclusive o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), os senadores Davi Alcolumbre (União-AP), Efraim Filho (União-PB) e Ciro Nogueira (PP-PI), entre outros, teriam servido de ponte com os gabinetes no TSE. Esses mesmos aliados dizem ainda que o senador teria apelado até para até para o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), como caminho para sensibilizar ministros do Tribunal Superior Eleitoral. 
Mesmo assim, Seif diz confiar na Justiça, nas instituições, nos fatos, nas provas (inexistentes contra o que lhe acusam) e nos resultados do TRE e das urnas. Seif é acusado de abuso de poder econômico, por supostamente ter se beneficiado pelo uso de aeronaves da empresa Havan, de Luciano Hang, durante a campanha de 2022, além de se beneficiar da estrutura das lojas Havan e receber financiamento de um sindicato para se eleger.