Dívidas com alugueis podem ser a causa da atual situação das mulheres
Susane, de 64 anos, e Bruna Geremia, de 31 anos, são vistas diariamente com cinco malas, há três meses, no interior de uma lanchonete, no bairro Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
Bruna nega que estão há três meses no estabelecimento, segundo ela, seria no máximo um mês. No entanto, moradores da região afirmam que as duas estão no local desde o Carnaval.
As mulheres aparentam ter boas condições financeiras, o que não justificaria a situação de vulnerabilidade. No entanto, elas preferem não dar detalhes sobre o motivo pelo qual estão no local.
Consta que em 2017 as duas foram condenadas pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul pelo não pagamento de quatro meses de aluguel, entre agosto e novembro. A dívida soma quase R$ 10 mil.
No Rio de Janeiro, os primeiros registros são de 2019. Há ao menos três dívidas nos nomes das duas. Em uma delas, a Justiça condenou ambas e determinou o despejo, por acumularem déficit de R$ 13 mil. Em outro, a avaliação do juiz foi de que se tratava de um caso hipossuficiência, ou seja, elas não tinham condições financeiras de arcar com as dívidas.
O proprietário do estabelecimento teria dito estar de mãos atadas, já que elas são consumidoras, sempre compram na lanchonete e pagam com cartão de débito. No entanto, queria resolver a situação o quanto antes. Ele chegou a procurar a prefeitura do Rio, pedindo ajuda, mas depois de várias tentativas da Secretaria da Mulher e da Secretaria de Assistência Social do Rio, as mulheres continuaram recusando qualquer auxílio.
A lanchonete funciona por 19h, abre às 10h30 e fecha às 5h30, no momento do fechamento as mulheres buscam abrigo em uma marquise nas proximidades e retornam para o local quando reabre.