Cacau atinge recorde acima de US$ 10 mil por tonelada
Os contratos futuros de cacau atingiram uma marca histórica, ultrapassando os US$ 10 mil por tonelada, em meio a preocupações crescentes sobre a oferta global. A colheita fraca em países produtores da África Ocidental contribuiu para o terceiro déficit anual consecutivo no fornecimento.
A indústria enfrenta desafios relacionados aos baixos retornos para os agricultores de cacau, além do temor de não conseguir obter grãos suficientes. Pressões financeiras também impactam o mercado, com alguns traders vendendo contratos futuros para proteger posições físicas.
Os futuros subiram até 4,5% para US$ 10 mil em Nova York, destacando um cenário inimaginável há alguns meses. Apesar de indicadores técnicos de sobrecompra, o cacau continua a subir.
O aumento dos preços pode afetar os consumidores, com potenciais aumentos nos preços dos chocolates ou redução no tamanho das barras. Com o feriado da Páscoa se aproximando, o impacto completo nos compradores ainda está por vir.
Regulamentações da União Europeia podem complicar ainda mais a situação de abastecimento para os fabricantes de chocolate do bloco. Enquanto isso, o foco se volta para a próxima safra da África Ocidental, com expectativas de uma produção menor.
Outros produtores, como Brasil e Equador, buscam aumentar a produção, mas leva tempo para que novas árvores de cacau entrem em produção, retardando o alívio nos abastecimentos globais.
A relação entre estoques e moagem deve atingir o menor nível em mais de quatro décadas nesta temporada, de acordo com a Organização Internacional do Cacau, refletindo a situação precária do mercado.
Os preços do cacau subiram 3,5% para US$ 9,9 mil em Nova York na terça-feira, enquanto em outros mercados de commodities suaves, o açúcar bruto também registrou um aumento de 1%, e o café arábica subiu ligeiramente. Em Londres, os futuros de cacau mais ativos mais que dobraram este ano.