Ben Sulayem supostamente interveio em decisões tomadas nas provas da Arábia Saudita e Las Vegas em 2023
A BBC, corporação pública de rádio e televisão do Reino Unido, divulgou no início desta semana que o presidente da Federação Internacional do Automobilismo (FIA), Mohammed ben Sulayem, teria influenciado de forma direta algumas tomadas de decisão dentro da Fórmula 1 na última temporada.
Segundo o veículo inglês, um denunciante disse à FIA que Ben Sulayem supostamente interveio para anular uma penalidade aplicada a Fernando Alonso no Grande Prêmio da Arábia Saudita de 2023, além de pedir às autoridades a não certificarem o circuito de Las Vegas para a corrida do ano passado. As afirmações constam em relatórios feitos por um responsável pela conformidade da FIA ao seu comitê de ética, que foi visto pela BBC Sport.
No caso que envolve Alonso, o espanhol da Aston Martin foi punido com 5s por posicionar o carro de forma incorreta no colchete de largada durante GP da Arábia Saudita, realizado em 2023. Posteriormente, quando pagava a penalidade, os mecânicos mexerem em seu carro e acarretaram nova sanção ao piloto, dessa vez de 10s – durante a passagem pelos boxes para pagar uma punição, as equipes não podem tocar no carro enquanto o cronometro da penalidade não zerar. Nesse cenário, Fernando perdeu o terceiro posto na prova e caiu para o 4° lugar, enquanto George Russel, da Mercedes, herdou sua posição no pódio.
A alegação feita pelo informante diz que Mohammed conversou com o Abdullah bin Hamad bin Isa Al Khalifa (vice-presidente de esportes da FIA para a região do Oriente Médio e Norte da África) que não concordava com a punição imposta a Alonso e, por tanto, ela deveria ser revogada. Com isso, horas depois da finalização do GP, a penalidade de 10s foi retira e o bicampeão mundial retomou os 15 pontos da terceira posição.
Quanto a realização do Grande Prêmio de Las Vegas, no relatório, o denunciante afirma que foi contatado por seu gerente, “que, a pedido do presidente da FIA, o instruiu a encontrar algumas preocupações para impedir a FIA de certificar o circuito antes do fim de semana da corrida”. Contudo, nenhuma infração foi observada e a licença ao circuito não pôde ser vetada.
O relatório não aponta o porquê Ben Sulayem desejava que os dirigentes da Federação Internacional do Automobilismo se recusassem a validar a o GP de Las Vegas. Fato é que a prova recebeu um investimento entorno de £ 500 milhões da Liberty Media, detentora de direitos comerciais, para promover a categoria, principalmente, nos Estado Unidos.