Pelo menos 4 pessoas ficaram feridas; trabalhadores deflagraram greve por tempo indeterminado nesta terça-feira
Um protesto de trabalhadores da Autarquia Comcap no início da tarde desta terça-feira (21), em Florianópolis, gerou confusão entre manifestantes e agentes de segurança. Houve enfrentamento e o estouro de bomba de efeito moral e spray de pimenta. O ato deixou ao menos 4 pessoas feridas, sendo um Guarda Municipal e outros três trabalhadores. Um deles, precisou ser levado à uma unidade de saúde para atendimento.
Durante a manhã, funcionários da Companhia anunciaram greve por tempo indeterminado, por serem contrários à terceirização da empresa. As divergências entre os trabalhadores e a prefeitura começaram quando o executivo contratou a empresa Amazon Fort para realizar a retirada dos resíduos no Continente e no Norte da Ilha.
A concentração dos trabalhadores ocorreu em frente ao centro de valorização de resíduos, no Bairro Itacorubi. A entrada do local foi bloqueada pelos manifestantes com restos de móveis e outros objetos. Pedras, cacos de vidro e até uma cadeira chegaram a ser arremessados contra as equipes da Guarda Municipal e da Polícia Militar durante a tentativa de entrada e saída de caminhões em meio ao protesto.
MOTIVAÇÃO PARA NOVA GREVE
Os trabalhadores da Comcap exigem a retirada dos editais que terceirizam as funções da Companhia, o cumprimento da decisão judicial e a saída imediata da Amazon Fort de Florianópolis. Segundo a categoria, a justiça proíbe que o serviço seja feito pela empresa privada. Em nota, o Sintrasem, Sindicato dos trabalhadores no serviço público municipal, criticou a iniciativa da Prefeitura:
“Mesmo diante da situação caótica que vive o Norte da Ilha e da decisão judicial que proíbe a terceirização da Comcap, Gean Loureiro avança com seu projeto de entrega do patrimônio público, publicando licitações que terceirizam o setor operacional, a varrição e diversas outras funções”, diz o texto.
O QUE DIZ A PREFEITURA DE FLORIANÓPOLIS
Em nota publicada pela assessoria de comunicação nas redes sociais, a administração municipal criticou mais um movimento dos trabalhadores. Segundo a nota, a Procuradoria do município também irá ingressar na justiça para declarar a ilegalidade da greve, já que a mesma não possui nenhuma justificativa legal:
"A Prefeitura de Florianópolis lamenta informar que mais uma vez o sindicato municipal paralisou a coleta de lixo da cidade e a Comcap entrou em greve. Nos últimos 2 anos, foram 13 assembleias, 5 greves e 21 dias paralisados. As regiões do Norte da Ilha e do Continente permanecem com a coleta de resíduos normal, já que possuem uma empresa privada, com um custo de metade do valor que era pago à Comcap".
O executivo municipal informou ainda que a coleta nas duas regiões permanecem com a coleta de resíduos normal mesmo com a deflagração da greve, já que possuem uma empresa privada para o serviço.
DESPACHO JUDICIAL
Por volta das 15h30 desta terça-feira, o tribunal de justiça emitiu um documento que determina o desbloqueio imediato do centro de valorização de resíduos por parte dos manifestantes e líderes sindicais. O não cumprimento da medida, implicará na aplicação de multa no valor de R$100 mil reais.