Pesquisa foi necessária depois da notificação de dois casos importados de Leishmaniose Visceral Canina, doença transmitida pelo mosquito
Uma pesquisa entomológica quer identificar quais espécies de mosquitos existem no município de Itajaí, entre eles o mosquito-palha, transmissor da Leishmaniose Visceral e Tegumentar. Para isso armadilhas foram instaladas em locais estratégicos e estão sendo monitoradas desde a última quarta-feira (28).
A pesquisa foi necessário depois que a leishmaniose visceral canina foi diagnosticada em dois cães domiciliados no município, mas que contraíram a doença em outra cidade (importados). Até o momento, não há registro de caso autóctone da doença em Itajaí. Os flebotomíneos ou mosquitos-palha são pequenos insetos com um comprimento que varia entre 1 e 3 milímetros, além de ter pernas longas e o corpo com aspecto piloso.
Segundo Lúcio Viera, responsável pela Gerência de Zoonoses de Itajaí, "As ações de prevenção e orientação sobre a doença já foram desenvolvidas nas comunidades, a pesquisa é para se ter conhecimento da fauna na localidade, ou seja, um instrumento a mais para conhecer epidemiologicamente as chances de termos casos da doença na região", explica.
A Leishmaniose Visceral é uma zoonose sistêmica causada por um protozoário do gênero Leishmania, transmitido aos humanos e outros animais por meio da picada da fêmea de insetos (flebotomíneos) do gênero Lutzomyia, conhecido popularmente por mosquito-palha. Esta espécie se infecta através do consumo de sangue dos animais que já haviam contraído a doença.
No Brasil, o cão é considerado o principal reservatório da doença nas áreas urbanas e a enzootia canina tem precedido a ocorrência de casos humanos. "Sabendo da gravidade, o trabalho da Vigilância Epidemiológica é o de conhecer e mapear a situação entomológica do município para amenizar as possíveis consequências da doença, evitando o aparecimento de casos", destaca Lucio Vieira.