O doutorando em ciências médicas e mestre em biologia celular do desenvolvimento, Peterson Cruz, esteve presente no Estúdio Cidade desta segunda-feira (29) para uma participação esclarecedora. Em entrevista com Joice Baricalla, o biólogo explicou várias questões relacionadas à dengue, doença que está atingindo diversas regiões de Santa Catarina e de todo país.

Uma boa dica de prevenção passada pelo especialista, é, a cada seis dias, colocar um pouco de água sanitária em recipientes que possam armazenar água parada, como vasos de plantas, ralos e outros locais do gênero. Isto porque, o tempo de maturação de um ovo do mosquito Aedes aegypti é de sete dias, portanto, se o produto entrar em contato antes deste período, o ciclo de nascimento da larva será interrompido.

Peterson também explica que o aumento de focos pode ter relação com os períodos de fortes chuvas enfrentados em SC. "Quando você tem muito volume de chuva, essa água pode ficar acumulada em alguns locais, como por exemplo em ralos e calhas. No Brasil todo houve um aumento das chuvas, e por isso, é sim um dos motivos de termos mais mosquitos e consequentemente mais casos de dengue", explica Cruz. Esse fator aumenta ainda mais a importância da população manter os arredores do quintal e locais que possam armazenar água sempre muito limpos, pois a cada quatro focos do mosquito, três são encontrados nos arredores das próprias casas.

O mosquito transmissor da dengue, é originário do Egito, na África, e vem se espalhando pelas regiões tropicais e subtropicais do planeta desde o século 16, período das Grandes Navegações. Apesar de ser uma doença tão antiga, a dengue chegou recentemente em algumas localidades do mundo, como por exemplo, o Texas (EUA), onde até alguns anos nenhum caso era detectado.

O especialista também ressaltou o cuidado necessário para tratar a doença, afinal, ainda não a uma medicação específica para tratar a enfermidade, assim como já acontece com a influenza e a própria Covid-19. Ele também destacou a importância da boa hidratação, pois alguns dos principais sintomas são a diarréia e o vômito, o que causam a desidratação  e comprometem as funções básicas do corpo humano.

Peterson Cruz ainda destaca a importância de sempre limpar os recipientes, com água, sabão e água sanitária, pois mesmo que não estejam infestados por larvas do mosquito, os ovos podem "sobreviver" por até um ano no mesmo local, vindo a eclodir posteriormente.