Domingo, 19 de maio de 2024
Segurança

Voluntários catarinenses relatam cenário trágico no RS: ‘parece o apocalipse’

Com barcos e canoas, moradores do sul do estado estão auxiliando com resgates e doações

Criciúma- SC, 06/05/2024 08h53 | Por: Paulo Monteiro | Fonte: Rádio Cidade em Dia
Foto: Divulgação / Corpo de Bombeiros Militar

A tragédia climática que atingiu e segue atingindo o Rio Grande do Sul fez com que diversos catarinenses se mobilizassem para ajudar os gaúchos. Muitos, enquanto voluntários, partiram do sul de Santa Catarina em direção ao estado vizinho para auxiliar em resgates e na entrega de donativos. O relato do que viram por lá, no entanto, choca tanto quanto as imagens - em um cenário descrito como semelhante ao ‘apocalipse’.

Morador de Criciúma, Aquiles do Táxi, como é conhecido na região, foi um dos voluntários que foi ao Rio Grande do Sul no fim de semana para ajudar as pessoas atingidas pelas enchentes. Ele esteve em Canoas, Gravataí e Eldorado do Sul, e relatou retratou uma situação que, presencialmente, seria ainda pior do que as imagens divulgadas. 

“O cenário é caótico, desolador, desconcertante. Algo surreal, o que presenciamos, o que vimos. Nunca houve nada dessa magnitude, a nível de Brasil, em que tenhamos visto tamanha destruição”, disse Aquiles. “Parece o apocalipse, o fim dos tempos”, completou.

Segundo Aquiles, muitas pessoas estão abrigadas no telhado das casas, onde não são atingidas pela água. Outras, com as residências já completamente alagadas, foram acampar nas rampas da BR, em pontos mais altos. 

Essa também é a situação descrita por Felipe Zim, empresário de Criciúma, que foi junto de outros colegas até Canoas - uma das cidades mais atingidas no Rio Grande do Sul. Com uma grande embarcação, capaz de abrigar mais de 20 pessoas, ele está percorrendo pontos de grande alagamento para ajudar nos resgates.

“Quando chegamos aqui, viemos em uma só rua. Tinha quase 9 quilômetros para dentro de alagamento, isso em um único bairro. Quando a gente só desceu do carro com a canoa, vieram pais chorando, desesperados, pedindo ajuda para seus filhos. A gente acaba atendendo na medida do possível, porque é muita gente para pouco barco e pouco jet-ski”, declarou Felipe.

O empresário destaca que boa parte das pessoas que estão ajudando nos resgates são civis, visto que não há autoridades suficientes para o trabalho. Pessoas, então, estariam indo com barcos privados para auxiliar nos trabalhos. 

“Tem água acima de carros, acima de casas. Tinha uma casa de três andares, mais pra dentro, em que a água já estava no segundo andar. Nessa casa, havia mais de 100 pessoas em cima, esperando pelo resgate. Foi um dos locais que conseguimos auxiliar. Vizinhos foram para essa casa e subiram no andar de cima, está um caos”, afirmou Felipe.

O vereador Juninho Venturini, do Balneário Rincão, também é um dos voluntários do sul catarinense que está no Rio Grande do Sul. Segundo ele, o cenário em cidades como Gravataí, por onde ele passou, é de “pós-guerra”. Doações, no entanto, seguem sendo necessárias.

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“O que a gente escuta das autoridades lá é que, quem tiver doações e puder ir, o local mais próximo do sul de SC é Gravataí, no CTG Parque dos Anjos. Esse é um local em que precisam muito de mantimentos. As pessoas que não puderem ir até lá, podem entrar em contato  com a Cruz Vermelha da cidade”, relatou.

Animais boiando e passando pelas rodovias

Cenas que chamaram a atenção tanto de Felipe quanto de Aquiles envolvem animais também afetados pelas enchentes. Em alguns pontos do estado, fazendas inteiras foram inundadas. Com isso, foram vistos animais boiando e invadindo as rodovias.

“Em uma BR parecida com a Freeway, vimos porco, vaca e cavalo andando pelo meio da rua e sendo atropelados”, disse Aquiles. “Você vê cavalo boiando, porco boiando, cachorro. Muitos cachorros se salvaram porque sabem nadar, mas tem locais onde o trecho para nadar é muito grande, aí o cachorro não dá conta e acaba morrendo”, pontuou Felipe.

Foto: Divulgação / Felipe Zim

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