No dia 3 de abril de 1973, Martin Cooper, então engenheiro da Motorola, parou na calçada de uma movimentada avenida de Manhattan (EUA) com um dispositivo “gigantesco” em mãos, do tamanho de um tijolo mais ou menos. Ele digitou alguns números no aparelho e, de onde estava, longe de qualquer escritório e sem conexão com nenhum cabo, fez a primeira ligação da história de um celular - invenção que completa hoje 50 anos.

O primeiro celular do mundo completou 50 anos de existência nesta segunda-feira (3). Foi nesta data em que a invenção de Martin funcionou efetivamente pela primeira vez. Quem estava do outro lado da linha? Joel Engel, um dos homens com quem Cooper competia na corrida pelo desenvolvimento do aparelho.

“Eu estou ligando para você de um celular, mas um celular de verdade, pessoal, segurável, um celular portátil”, disse Cooper à Engel, então chefe da AT&T-owned Bell Labs - segundo depoimento à CNN.

Ainda que a criação tenha ocorrido em 1973, foi necessário praticamente uma década para que os celulares começassem de fato a serem vendidos para a grande população - e mais algumas dezenas de anos para que tivessem o formato e funcionalidade que conhecemos hoje nos smartphones.

O celular utilizado por Cooper naquele 3 de abril de 1973 era completamente diferente dos que vemos hoje em dia. Apesar de ser “portátil”, não cabia no bolso (por ser extremamente grande). O aparelho também não tinha tela (e muito menos touchscreen, obviamente), apenas teclas (com números e funções) e uma longa antena.

Apesar de ciente da sua criação, Cooper critica a forma como os celulares e outras tecnologias são desenvolvidas atualmente - e o impacto que elas têm na vida humana.

“Muitos engenheiros estão envolvidos no que eles chamam de tecnologia e dispositivos, e hardware, e eles se esquecem de que o propósito da tecnologia é fazer a vida das pessoas melhores”, disse Cooper à CNN. “Pessoas esquecem isso, e eu tenho que lembrá-los. Estamos tentando melhorar a experiência humana. Tecnologia é sobre isso”, completou.