Segundo ele, é difícil filtrar quem é oportunista e quem realmente é de direita
O crescimento do PL na região é inegável. A força que o bolsonarismo exerce em Santa Catarina reflete diretamente nas urnas. Pensando nisso, os políticos tradicionais, com longo histórico de carreira política, aproveitam para surfar nessa onda. Como aconteceu com Carlos Moisés, que foi eleito governador pelo PL com total apoio de Jair Bolsonaro e depois rompeu laços com a ala ideológica do partido, recebendo duras críticas e acusado de surfar na onda bolsonarista para se eleger e depois soltar a mão dos correligionários.
Jessé Lopes foi um dos grandes críticos ao governo de Carlos Moisés. Jessé foi uma dos primeiros bolsonaristas a pensar em organizar o PL na região, indo de cidade em cidade e organizando os diretórios, com apoio de bolsonaristas locais. De 10 anos para cá, a direita conservadora cresceu e se fortaleceu na região. Resultado disso está nas urnas, com 11 das 40 cadeiras da Alesc sendo ocupadas por parlamentares do PL e deputados federais como Júlia Zanatta e Daniel Freitas desbancando políticos tradicionais de outros partidos.
Mas como fazer para filtrar essas filiações para que políticos oportunistas não utilizem da imagem de Bolsonaro para se eleger e depois trairem o partido e a ideologia? De acordo com o deputado estadual, Jessé Lopes, é difícil filtrar. "Não tem um trabalho muito específico em cima disso. O que é um erro, na minha opinião. Acho que as oportunidades deveriam ser dadas para quem é de verdade", diz Lopes.
Jessé Lopes acrescenta que é muito bom que lideranças cheguem ao partido. "Não sendo esquerdista ou corrupto, todos são bem-vindos. E com relação aos oportunistas, nem sempre a gente consegue prever qual o caráter da pessoa, somente depois quando se dá o poder a ele. Mas o traidor tem vida curta na política e pagará nas urnas pela traição", finaliza Jessé Lopes.