Quarta-feira, 08 de maio de 2024

COLUNISTAS

Paulo Monteiro

Guerra Civil usa a fotografia para discutir a desumanização do jornalista

24/04/2024 09h15 | Por: Paulo Monteiro
Foto: Divulgação

Existe uma noção comum de que uma fotografia é capaz de servir como retrato de um acontecimento histórico. Quando abrimos um livro de história, buscamos uma imagem que seja capaz de ilustrar o acontecido. Em um cenário de guerra, essa imagem costuma ser o mais chocante e gráfica possível. Acontece que, por trás da lente responsável por captar esse pequeno retrato da história, normalmente existe um jornalista, o qual passa por um processo de desumanização de si mesmo para poder fazer tal registro.

Dirigido por Alex Garland (Ex-Machina, Aniquilação e Men), Guerra Civil acompanha a jornada de quatro jornalistas: Lee Smith (Kirsten Dunst), Joel (Wagner Moura), Jessie (Cailee Spaeny) e Sammy (Stephen Henderson). O grupo encara a missão de cruzar os Estados Unidos, passando por cenários de conflitos e destruição, para tentar uma entrevista exclusiva com o presidente, naquela que pode ser a sua última declaração - visto que a guerra se encaminha para um fim, com os separatistas próximos de uma vitória.

Lee é uma renomada repórter fotográfica, com experiência na cobertura de guerras. Joel é um jornalista persuasivo, atento aos detalhes que podem ajudar a contar a história que ele pretende. Sammy é um jornalista já idoso, porém extremamente experiente, que exala uma sabedoria quase cômica. Jessie é uma jovem que sonha em ser fotojornalista de guerra, mas que precisará passar por cima do seu próprio estômago para isso.

A melhor coisa de Guerra Civil é certamente a maneira como o filme constroi essa discussão sobre a desumanização do jornalista. Alex Garland encara essa mudança como um processo, que é resultado de uma dormência. Quanto mais exposto a tragédia os personagens estão, mais dormentes eles ficam - consequentemente, mais desumanos. Mas o que exatamente é essa humanidade que eles perdem? Será que ela existe?

Foto: Divulgação

Esse dilema é construído a partir do desenvolvimento de duas personagens, mas também em detalhes que se desenrolam ao fundo da história. Lee não tem receio de chegar o mais perto possível do corpo de uma pessoa recém morta para fotografá-lo, visto que já viu essa cena diversas vezes enquanto fotojornalista de guerra. Jessie, por sua vez, se sente tão abalada sempre que presencia uma tragédia que não consegue fotografar. Na medida em que vai sendo exposta as atrocidades da guerra, no entanto, deixa de ser afetada por aquela situação e passa a se preocupar quase que exclusivamente com a imagem. Por fim, os papeis acabam se invertendo. 

Garland é extremamente certeiro na forma como retrata essa “desumanização”. Enquanto civis e militares se agridem em uma praça, dois jornalistas de redações diferentes conversam e riem ao fundo. Eles já viram essa chocante cena antes, então não são mais afetadas por ela. Talvez a forma de serem capazes de encararem tal situação, inclusive, seja deixando de ligar. Isso muda, no entanto, quando a tragédia atinge os seus.

Paulo Monteiro

Em Priscilla, Sofia Coppola mostra sonhos e abusos vividos pela companheira de Elvis Presley

14/03/2024 17h40 | Por: Paulo Monteiro
Foto: Reprodução

Depois de algumas semanas já estabelecida em Graceland, a glamorosa mansão em Memphis que Elvis Presley comprou para viver ao lado de sua família, Priscilla tem uma das poucas oportunidades de deixar a propriedade ao lado de seu companheiro. A jovem, ainda uma adolescente na ocasião, vai a uma loja de roupas provar vestidos. Entre uma peça e outra, ela aparece com uma veste estampada e reforça aos que ali estão que gostou da mesma. A câmera corta para o Rei do Rock que, largado em um sofá ao lado de seus amigos, muito mais velhos do que a sua companheira, protesta: “marrom não fica bem em você, me lembra o exército”.

As características dessa cena, que mescla o glamour dos vestidos provados por Priscilla com o comportamento abusivo de Elvis, funciona como um pequeno recorte do que é o filme de Sofia Coppola - tanto em termos estéticos quanto de tom.

O ciclo de vícios e abusos vividos por Priscilla não é uma novidade para quem conhece, mesmo que minimamente, a história de Elvis. No entanto, nunca foi o centro do retrato sobre o Rei do Rock - que, em diversas ocasiões, teve a sua vida e obra destrinchada no cinema e na TV.

Sofia Coppola, no entanto, trata de fazer essa correção quase que histórica com o filme Priscilla (2023). A diretora se agarra a figura problemática de um ícone da música para contar a história de sua companheira que, em longas como o de Baz Luhrmann, por exemplo, funciona apenas como uma escada para o protagonista.

Aqui, o foco é Priscilla e a sua visão sobre a relação abusiva na qual se submeteu (ou foi submetida) durante os anos em que esteve ao lado de Elvis. Uma história de amor e abuso que às vezes soa de maneira sútil, mas que aos poucos vai saltando aos olhos do espectador e também da personagem.

Tendo a própria Priscilla Presley como produtora executiva, o filme é uma biografia que se destaca pela sutileza e sobriedade dos fatos. Sofia não quer vilanizar o Elvis, mas sim retratar aquele relacionamento pela perspectiva da mulher. A sua visão é suficiente para que possamos ver alguém que age com amor ao mesmo tempo que é extremamente controlador e que, portanto, protagoniza os abusos.

Além disso, por mais problemático que seja o relacionamento entre os dois, que se conheceram quando ela tinha 14 e ele 24, ainda assim é uma história de amor para Priscilla. Trata-se de um capítulo que tem grande significado para a personagem que dá nome ao filme, uma pessoa real.

Paulo Monteiro

Zona de Interesse: um retrato frio e nada apelativo sobre o horror do holocausto

05/03/2024 12h59 | Por: Paulo Monteiro
Foto: Reprodução

Indicado ao Oscar de 2024, filme faz do som e dos detalhes personagens essenciais para contar história dura e indigesta

Lá pelos 20 minutos de Zona de Interesse, um dos personagens principais do filme, o oficial nazista alemão Rudolf Ross, ascende um charuto em seu jardim. Ele havia acabado de jantar com sua família e descera as escadas para apreciar o quintal e o gosto do cigarro. Com planos abertos, vemos e ouvimos tudo ao seu redor - das fumaças pretas que saem das chaminés ao fundo, para além dos muros, até os gritos que se misturam com barulhos de armas e máquinas. São apenas cinco takes fixos, imóveis, capazes de funcionar como uma amostra da história que ali está sendo contada - mas, principalmente, como está sendo contada. 

Indicado ao Oscar de Melhor Filme, Melhor Filme Internacional, Melhor Direção, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Som, Zona de Interesse é um retrato frio e nada apelativo sobre o horror do holocausto na Segunda Guerra Mundial. A maneira como o longa se propõe a fazer isso pode parecer simples, mas carrega uma complexidade e ousadia que poucos diretores teriam ao entrar em um assunto tão sensível, marcante e horrível da história da humanidade.

O longa, dirigido pelo cineasta britânico Jonathan Glazer, retrata o dia-a-dia de uma família alemã nazista que vive do outro lado dos muros de Auschwitz - o maior e mais simbólico complexo de campos de concentração do Nazismo. E, ao contrário de outros tantos filmes que tentam abordar os horrores da Segunda Guerra, aqui o mal é contado a partir das sugestões e do retrato da banalidade, que contrasta com o contexto conhecido. 

Sabendo disso, é possível se perguntar: como um filme que acompanha a rotina de uma família nazista pode ser capaz de transmitir o peso da tragédia do holocausto sem errar, construir afeto ou fazer da dor um espetáculo? Para Glazer, parece simples: criando a distância necessária do retrato, fazendo com que o som e as imagens ao fundo contem essa história. 

Uma das características mais impressionantes de Zona de Interesse é a maneira como iremos acompanhar os personagens nazistas ao longo do filme. Em uma abordagem talvez mais tradicional, teríamos imagens dos oficiais alemães açoitando os judeus, como de fato acontecia à época, e fazendo da dor e do choque desse retrato o ponto de partida para que entendêssemos que aquelas figuras são malignas.

Glazer, no entanto, não precisa explorar visualmente a dor dos judeus para nos mostrar isso. Na verdade, ele sequer os mostra em tela. Nenhuma morte ou açoitamento é visto, assim como nada do campo de concentração, para além do que é possível ver ao horizonte acima do muro, aparece em Zona de Interesse. Ao invés disso, o diretor usa o som e outros detalhes para criar o desconforto. 

Um dos grandes acertos do longa indicado ao Oscar é a distância com a qual os personagens são filmados. Não temos planos fechados, que sejam capazes de aproximar o espectador do rosto dos membros da família nazista e, portanto, criar uma espécie de afeição por eles. Pelo contrário, sempre que Rudolf, Hedwig e os demais aparecem em cena, é por meio de planos abertos ou, no máximo, médios. Dessa forma, nunca estaremos verdadeiramente próximos daqueles que, na história, articulam o holocausto.

Isso faz com que o filme transmita uma frieza necessária e assertiva. Mesmo os momentos em família, onde onde o pai leva seus filhos para o rio e as crianças estão felizes, não são capazes de nos transmitir felicidade. Afinal de contas, Glazer não quer com que criemos empatia por aqueles personagens - por mais que eles sejam o fio condutor da história.

Paulo Monteiro

O Menino do Pijama Listrado está longe de ser o melhor filme para conhecer o Holocausto

22/02/2024 11h11 | Por: Paulo Monteiro
Foto: Reprodução

A recente fala do presidente Lula, que comparou os ataques de Israel que mataram milhares de palestinos ao Holocausto e a perseguição contra judeus na Segunda-Guerra Mundial, trouxe discussões até mesmo para o campo do cinema. 

Para criticar a atitude do presidente, o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, por exemplo, recomendou que Lula "assistisse O Menino do Pijama Listrado entre outros filmes”. A sugestão surgiu por meio de uma publicação nas redes sociais. 

Acontece que O Menino do Pijama Listrado está longe de ser o melhor filme para se conhecer o Holocausto.

Raso demais para ser referência para um assunto histórico tão sério 

O Menino do Pijama Listrado é um filme raso demais para ser referência de estudo para um assunto tão sério como é o Holocausto e a perseguição dos judeus na Segunda Guerra. Em outras palavras, não deve ser a indicação número 1 para quem conhecer mais sobre as atrocidades cometidas contra esse povo no século passado. 

Adaptação do livro de John Boyne, o filme conta a história de Bruno, um menino de oito anos que se muda para perto de um campo de concentração a partir da promoção de seu pai, um oficial do exército nazista. 

Lá, ele acaba tendo o seu primeiro contato com os judeus perseguidos pelo nazismo, já debilitados e em campos de concentração. Pela inocência de uma criança que não compreende o que está acontecendo ao seu redor, ele também constrói amizade com Shmuel, um menino judeu que está no campo.

Mas por que não usar esse filme para conhecer o Holocausto? Porque ele não passa a dimensão da tragédia que foi esse período histórico. Até porque os personagens principais da história são Bruno e sua família, que fazem parte do meio nazista. Os dois personagens judeus que aparecem no longa ganham pouco ou quase nada mais do que um nome, não possuindo características que remetem a complexidade daquilo que representam. 

Em sumo, não dá para utilizar um filme onde os personagens principais são os nazistas, e os judeus são mero-coadjuvantes com quase nenhum desenvolvimento, para entender o Holocausto. Sem contar a cena final, onde (spoiler) a maneira encontrada para fazer com que o público sinta a morte das câmaras de gás é colocando a criança não judia entre as vítimas. A dimensão dessa tragédia da humanidade não cabe, nem que minimamente, dentro do longa de 2006.

Paulo Monteiro

Indicado ao Oscar, Pobres Criaturas reimagina Frankenstein a partir da liberdade feminina

21/02/2024 19h10 | Por: Paulo Monteiro

O quão despido de vergonha um ser humano poder ser e até onde isso o levará? Talvez essa questão seja o fio condutor de Pobres Criaturas, novo longa-metragem do cineasta grego Yorgos Lanthimos que empilhou 11 indicações ao Oscar de 2024, incluindo o de Melhor Filme. Esse questionamento, no entanto, não representaria tanto para a obra se não fosse a adição de outras várias camadas tão importantes quanto para a composição final - sendo a principal delas a de que a figura que está despida de um sentimento vergonhoso é, nesse caso, uma mulher.

Baseado no livro homônimo de Alasdair Gray, Pobres Criaturas conta a história de Bella Baxter, uma mulher adulta com o cérebro de uma criança em uma jornada de descobrimento do seu próprio “eu” e do mundo onde está inserida. E saiba que quando falo “uma mulher adulta com o cérebro de uma criança”, estou me referindo a algo literal - o que dá personalidade para a obra e amplifica ainda mais as discussões da mesma.

No longa, a personagem interpretada por Emma Stone é resultado da criação de Godwin Baxter (Willem Dafoe), um cientista com quê de Victor Frankenstein que trouxe à vida uma mulher após um suicídio - mas com a diferença de que, no renascimento, seu cérebro foi substituído pelo da criança que ela carregava no ventre. É então que temos como centro da história uma mulher adulta, mas com mente de criança, e que está em constante processo de aprendizado.

Pobres Criaturas é como se fosse uma reimaginação de Frankenstein, clássico literário de Mary Shelley onde temos um cientista e o monstro que ele criou. A diferença é que essa relação do “médico” e do monstro é apenas o ponto de partida para exploração de algo socialmente e filosoficamente muito maior: a liberdade feminina e o contraste dessa emancipação com o restante do mundo.

A emancipação feminina de Bella Baxter

Bella é uma mulher, e até certo ponto uma criança, despida de vergonha. Criada em um lar científico e de experimentos, onde convivia com animais miscigenados e corpos humanos dissecados, ela atravessa o processo de amadurecimento sem balizadores morais que são comuns a nós, de uma sociedade ocidental.

E é a ausência desses balizadores morais, e de outros pesos como a culpa cristã, que faz com que tenhamos uma personagem que desafia convenções da sociedade e, portanto, acaba por explorar de maneira até mesmo invejável a liberdade feminina. Bella é uma tela quase em branco que contrasta com um mundo patriarcal - com a diferença de que as poucas linhas que tem escrita em si, antes de entrar em contato com o mundo, não foram afetadas por uma religião ou moldadas pelo que necessariamente convencional no mundo externo.

Com isso, se têm uma personagem que irá descobrir a sua sexualidade e desejos sem limites morais, o que nos garante cenas tão cômicas quanto reflexivas. A interação de Bella com o mundo é o que há de melhor no filme de Lanthimos, justamente por ser aí que reside praticamente todo o humor, o drama e a essência provocativa da obra.

Além disso, a relação de Bella com Duncan Wedderburn (Mark Rufallo) é o cenário de algumas das cenas mais provocativas para a construção dessa história. É com ele que a personagem de Emma Stone descobre alguns dos prazeres da sexualidade, mas também é por causa dele que ela passa a desprezar algumas das características da humanidade. Tudo isso em uma interação cômica e dramática.

O sexo em Pobres Criaturas

É impossível falar sobre Pobres Criaturas sem citar as cenas de sexo. O filme de Lanthimos tem muitas cenas de sexo. E, para ser bem sincero, isso é bom, pois é provocativa a uma noção cada vez mais conservadora de que a retratação do sexo no cinema precisa servir para algo maior, que ajude na construção do personagem e apenas isso - do contrário, “não precisa”, “não quero”, “tenho repulsa”, “é desnecessário”.

Por mais que no caso de Pobres Criaturas o sexo realmente contribua para a construção dessa personagem que está muito a vontade com a busca por aquilo que lhe satisfaz, a frequência dessas cenas bate de frente com essa ideia mais conservadora do cinema que cresce nos últimos anos.

Existe, de fato, uma discussão sobre as cenas de sexo do filme serem ou não poucos criativas - em contraste com toda a criatividade que Lanthimos teve para compor outros aspectos do filme. Ainda assim, o diretor consegue fugir de um olhar fetichista em cima dessas cenas e, de quebra, de fato ajuda a fomentar a discussão da liberdade feminina, do papel e dos limites da mulher - dilemas vividos por Bella Baxter. Tudo isso, obviamente, funciona por conta da atuação e da produção de Emma Stone, que esteve extremamente envolvida com o longa.

Paulo Monteiro

Além do Oscar: os 10 melhores filmes de 2023 que não foram indicados

06/02/2024 19h18 | Por: Paulo Monteiro
Foto: Reprodução

Há algumas semanas foram divulgados os filmes indicados à 96ª edição do Oscar, a maior e mais famosa premiação de cinema do mundo. Apesar de ser responsável por colocar muitas obras no radar do público, o evento da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas acaba não sendo capaz de abranger todos os bons filmes do ano, muito por conta de sua própria característica e de seus votantes - estadunidenses, na imensa maioria. Em outras palavras: não é porque um filme não está indicado ao Oscar que ele não é bom - muito pelo contrário.

2023 foi um ano bastante interessante para o cinema e, como é de praxe, muitos dos bons filmes acabaram não aparecendo no Oscar. Por mais que, obviamente, eu não tenha assistido a todos os lançamentos do ano, ainda assim consegui dar uma boa passeada por obras que, por fim, não apareceram entre os indicados da Academia. 

Sendo assim, fica aqui o meu registro dos 10 melhores filmes de 2023 que não foram indicados ao Oscar:

10 - Batem à Porta 

Um casal gay e sua filha vão passar um fim de semana em uma cabana no meio da floresta. Durante a estadia, são surpreendidos por um grupo de pessoas que alegam que o destino do planeta terra está nas mãos dos anfitriões. Uma situação está posta: um dos membros do casal precisa matar o outro, por vontade própria, para impedir o fim do mundo.

M. Night Shyamalan, diretor de O Sexto Sentido e Corpo Fechado, traz aqui mais um filme de suspense cuja situação tensa e improvável é palco para o desenvolvimento de seus personagens. Batem à Porta está disponível na Globoplay.

9 - BlackBerry 

Quando a internet ainda não era tão popular e os celulares possuíam pouquíssimas funções, dois jovens tiveram a ideia de desenvolver um aparelho portátil capaz de fazer e receber ligações, enviar e receber mensagens e, até mesmo, e-mails. Em 1999, foi lançado o primeiro celular da linha BlackBerry - um dispositivo muito a frente do seu tempo, mas cuja ascensão foi tão rápida e meteórica quanto a queda.

A história por trás da criação desse celular que mudou, por um tempo, a forma como muitas pessoas enxergavam os celulares está retratada em BlackBerry. Dirigido por Matthew Johnson, o filme é uma boa obra de bastidores para quem gosta dessas grandes criações do mundo da tecnologia. BlackBerry está disponível para aluguel na Amazon Prime Video, Google Play Filmes e Apple TV.

8 - How to Have Sex 

Uma adolescente viaja com duas outras amigas para um festival que promete marcar as suas vidas. Sexo, álcool e diversão são os objetivos das jovens que, na estadia, acabam se relacionando com outras pessoas hospedadas no mesmo local. O que era pra ser felizmente inesquecível para uma das meninas, no entanto, acaba se tornando uma experiência que deixará cicatrizes. 

How to Have Sex é um drama de amadurecimento (coming of age) que trabalha muito bem o idealismo que construímos com relação ao sexo. A ideia do sexo e o que ele precisa representar para uma mulher, em um contexto de juventude, é colocado em prova pelo olhar da protagonista. Um ótimo filme, que está disponível no Mubi

7 - Clube da Luta Para Meninas 

No último ano do ensino médio, duas amigas decidem criar um clube de luta exclusivo para meninas para poder se aproximar e conquistar líderes de torcida pela qual estão apaixonadas. O grupo acaba ganhando um significado diferente, e um pouco mais profundo, para cada uma das integrantes.

Clube da Luta Para Meninas é uma grata surpresa dirigida por Emma Seligman, que já havia feito sucesso com Shiva Baby em 2020. O filme resgata a estética adolescente dos anos 1990 para contar uma história que não apenas entretém muito bem como, também, brinca com estereótipos de uma maneira muito criativa e engraçada. É uma das melhores comédias dos últimos anos, construída em cima de uma química excelente entre as atrizes Rachel Sennott e Ayo Edebiri. Está disponível no Prime Video.

6 - O Assassino 

Um assassino de aluguel metódico tem sua vida colocada em prova quando erra o alvo o qual foi pago para executar. O erro, com o qual nunca havia convivido antes, faz com com que ele se torne a pessoa a ser caçada - em um movimento de retaliação que acaba atingindo a única pessoa com quem ele ainda se importa.

Dirigido pelo sempre excelente David Fincher, de Zodíaco e Seven, O Assassino funciona como o playground do cineasta - que tem liberdade para brincar com todos os maneirismos estéticos e de roteiro que desenvolveu em seus anos de experiência. Não ter amarras pode resultar em exageros, mas dentro do mundinho criado por Fincher, funciona muito bem. O filme está disponível na Netflix.

5 - Folhas de Outono 

Em uma Finlândia aflita pela guerra entre Rússia e Ucrânia, duas pessoas precisam enfrentar os desafios do amor e do desemprego. Ansa luta para conseguir um emprego melhor, para que possa pagar o aluguel de seu apartamento; enquanto Holappa pula de trabalho em trabalho e lida com os efeitos da embriaguez. No meio disso tudo, sobra espaço para que as almas solitárias encontrem um amor improvável e incomum.

Folhas de Outono é um romance que flerta com o drama e com a comédia de uma maneira não muito convencional. O humor está presente na abordagem seca, trágica, por vezes triste - mas ainda assim engraçada - da vida e do relacionamento dos personagens. Aki Kaurismäki entrega o romance do proletariado de maneira única, em um ótimo filme - que está disponível no Mubi.


 

Paulo Monteiro

Confira os filmes indicados ao Oscar 2024

23/01/2024 11h27 | Por: Paulo Monteiro
Foto: Reprodução / Warner

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgou na manhã desta terça-feira (23) os indicados à 96º edição do Oscar, considerada a maior premiação do cinema do mundo. Jack Quaid (The Boys) e Zazie Beetz (Atlanta) apresentaram os filmes que concorrerão à premiação, que está marcada para acontecer. 

Oppenheimer, de Christopher Nolan, liderou as indicações da premiação, com 13 nomeações ao todo. Confira os indicados ao Oscar de 2024:

Melhor Filme 

  • American Fiction
  • Anatomia de Uma Queda
  • Barbie 
  • Os Rejeitados
  • Assassinos da Lua das Flores
  • Maestro
  • Oppenheimer
  • Vidas Passadas 
  • Pobres Criaturas 
  • Zona de Interesse 

Melhor Ator 

  • Bradley Cooper (Maestro)
  • Colman Domingo (Rustin)
  • Paul Giamatti (Os Rejeitados)
  • Cillian Murphy (Oppenheimer)
  • Jeffrey Wright (American Fiction)

Melhor Atriz 

  • Annette Bening (NYAD)
  • Lily Gladstone (Assassinos da Lua das Flores)
  • Sandra Hüller (Anatomia de Uma Queda) 
  • Carey Mulligan (Maestro)
  • Emma Stone (Pobres Criaturas) 

Melhor Direção 

  • Anatomia de Uma Queda (Justine Triet)
  • Assassinos da Lua das Flores (Martin Scorsese) 
  • Oppenheimer (Christopher Nolan)
  • Pobres Criaturas (Yorgos Lanthimos)
  • Zona de Interesse (Jonathan Glazer)

Melhor Ator Coadjuvante 

  • Sterling K. Brown (American Fiction) 
  • Robert De Niro (Assassinos da Lua das Flores) 
  • Robert Downey Jr (Oppenheimer)
  • Ryan Gosling (Barbie)
  • Mark Ruffalo (Pobres Criaturas) 
  • Melhor Atriz Coadjuvante 
  • Emily Blunt (Oppenheimer)
  • Danielle Brooks (A Cor Púrpura)
  • America Ferrera (Barbie)
  • Jodie Foster (Nyad) 

Melhor Roteiro Adaptado 

  • American Fiction 
  • Barbie 
  • Oppenheimer 
  • Pobres Criaturas 
  • Zona de Interesse 

Melhor Roteiro Original 

  • Anatomia de Uma Queda 
  • Os Rejeitados 
  • Maestro 
  • Segredos de Um Escândalo 
  • Vidas Passadas 

Melhor Filme Internacional 

  • IO Capitano (Itália) 
  • Perfect Days (Japão)
  • Sociedade da Neve (Espanha) 
  • The Teachers’ Lounge (Germany) 
  • Zona de Interesse (Reino Unido)

Melhor Animação

  • O Garoto e a Garça (Hayao Miyazaki e Toshio Suzuki)
  • Elementos (Peter Sohn e Denise Ream)
  • Nimona (Nick Bruno, Troy Guane, Karen Ryan e Julie Zackary)
  • Meu Amigo Robô (Paul Berger, Ibon Cormenzana, Ignasi Estapé e Sandra Tapia Díaz)
  • Homem-Aranha: Através do Aranhaverso (Kemp Powers, Justin K. Thompson, Phill Lord, Christopher Miller e Amy Pascal)

Melhor Figurino 

  • Barbie 
  • Assassinos da Lua das Flores 
  • Napoleão
  • Oppenheimer 
  • Pobres Criaturas
  • Melhor Maquiagem e Figurino 
  • Golda 
  • Maestro
  • Oppenheimer
  • Pobres Criaturas
  • Sociedade da Neve

Melhor Curta-Metragem Live-Action 

  • The After 
  • Invincible
  • Knight of Fortune
  • Red, White and Blue 
  • The Wonderful Story of Henry Sugar 
  • Melhor Curta-Metragem animado 
  • Letter to a Pig 
  • Ninety-Five Senses
  • Our Uniform
  • Pachyderm 
  • War is Over! Inspired by the Music of John & Yoko
Paulo Monteiro

Mamonas Assassinas - O Filme acerta no elenco, mas erra em todo o resto

02/01/2024 21h25 | Por: Paulo Monteiro
Foto: Reprodução

É curioso perceber o quão marcante foram os anos 90 no Brasil. Em um período de redemocratização, em que saíamos de mais de duas décadas de ditadura militar, a cultura aguardava ansiosamente por se manifestar das mais diversas formas. Talvez por isso essa década tenha sido tão forte culturalmente, com músicas, filmes, bandas, novelas e estéticas que até hoje permanecem muito presentes em nosso dia-a-dia.

Em meio a essa explosão cultural que foi o Brasil dos anos 90, meio que vimos de tudo. Nada, no entanto, chegou perto de ter as mesmas características do que o Mamonas Assassinas, uma banda cuja historia de ascensão é tão meteórica e cinematográfica quanto trágica. Um grupo que ascendeu de uma maneira nunca antes vista no país, mas que literalmente deixou de existir de um dia para o outro.

Quando falamos em Mamonas Assassinas, falamos de uma parte marcante da história brasileira. Uma banda formada na base da persistência cujo diferencial, as músicas bem humoradas e com ritmos dos mais diversos, cantadas e interpretadas por pessoas extremamente cativantes e carismáticas, acabaram por ganhar as estações de rádio, os programas de TV e públicos das mais variadas idades - de crianças e adolescentes à adultos.

No fim das contas, tudo o que gira em torno do Mamonas Assassinas - das engraçadas histórias que moldaram a banda e suas músicas até os dramas pessoais de cada um de seus integrantes - fazem com que esse capítulo da história da música brasileira seja bastante cinematográfico. O que vimos em Mamonas Assassinas - O Filme, no entanto, foi um desperdício de toda essa magia que a banda, por poucos meses, conseguiu criar - e o legado que, de certa forma, ela deixou.

Dirigido por Edson Spinello, diretor de novelas da Globo e Record, Mamonas Assassinas - O Filme acerta em um elenco principal que capta o carisma dos inesquecíveis membros da banda, mas acaba errando em todo o resto. Apesar de exibida nas telas de cinema, é uma obra que, desde o início, acaba deixando claro para o telespectador que está na mídia errada.

Isso porque o filme tem muito mais cara de novela do que de necessariamente filme. Edson não consegue ir além do meio onde construiu a sua carreira e, por fim, acaba entregando um longa extremamente limitado a um formato que prejudica e muito a história que está sendo contada.

Desde os primeiros minutos é possível perceber que a obra está no “formato errado”. A dinâmica das cenas, os cortes, os diálogos dos personagens, a maneira como eles são apresentados ao público e a condução da história como um todo conversa muito mais com o formato novelesco, ao melhor estilo Carrossel, do que qualquer outra obra pensada especialmente para o cinema.

Ao que me parece, nenhuma cena de Mamonas Assassinas - O Filme tem mais do que três minutos. Isso significa que todo e qualquer capítulo da história dessa banda e de seus integrantes não tem mais do que esse curto intervalo de tempo para ser desenvolvido. Afinal de contas, é preciso pular para uma próxima cena, igualmente curta, para poder em 1h30 entregar a “história completa” do grupo.

Essa dinâmica, por fim, acaba fazendo com que o filme seja extremamente acelerado e superficial. Nenhum personagem é suficientemente bem desenvolvido, por mais que sejam interpretados por atores que são capazes de cativar o espectador. Isso faz com que, a partir de 20 minutos, você só consiga pensar que o longa é um desperdício de atores tão legais.

A história do Mamonas Assassinas é absolutamente única. É engraçada e dramática em diversos aspectos, ainda mais quando temos a noção de que o sucesso estrondoso da banda, que continua influente até os dias de hoje, durou menos de um ano, terminando de maneira tão rápida quanto a sua ascensão, em uma tragédia inesquecível.

Mamonas Assassinas - O Filme não consegue nem arranhar a superfície do que foi e ainda é a história dessa banda. O longa carece de originalidade e qualidade na direção, sendo, no fim das contas, um desperdício enquanto autobiografia de um grupo tão marcante na música brasileira.

Ainda assim, por incrível que pareça, o longa consegue divertir em alguns poucos aspectos. Isso porque a dinâmica dos atores principais, que interpretam os membros da banda, é cativante e engraçada - como era o grupo. A partir do momento em que você aceita o formato novelesco, essa característica acaba crescendo um pouco mais. Mas não é suficiente para que você termine o filme sem o gosto amargo que ele deixa, por representar tão pouco do que foi essa banda.

Nota: 1.5/5

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Mamonas Assassinas - O Filme está disponível nos cinemas.

Paulo Monteiro

Disponível no Disney+, série de Percy Jackson é um presente para quem um dia já foi fã da saga

28/12/2023 09h09 | Por: Paulo Monteiro
Foto: Reprodução / Disney+

A série Percy Jackson e Os Olimpianos, baseada nos livros infanto-juvenis criada por Rick Riordan, já está com três episódios disponíveis no Disney+. Primeiramente adaptada para o cinema no início dos anos 2010, com dois filmes de qualidade extremamente duvidosa, a obra retorna para o audiovisual como um verdadeiro presente para quem, assim como eu, um dia já foi fã da saga.

Para muitas das pessoas que cresceram nos anos 2000, a série de livros de Percy Jackson se apresentou como um dos primeiros contatos orgânicos com a literatura. O Ladrão de Raios, primeiro livro da saga, adaptado na série da Disney+, foi justamente a primeira obra literária que eu comprei e li por desejo próprio. Mais de uma década depois desse contato, finalmente o lançamento de uma adaptação audiovisual à altura.

A série de Percy Jackson é justamente aquilo que os filmes da saga nos anos 2010 não conseguiram ser: uma adaptação fiel aos livros que se reconhece como uma obra infanto-juvenil. Os primeiros episódios encaram de frente essa característica e não tentam ser nada além disso, se atentando aos detalhes que tornaram a obra literária tão cativante.

Tal qual o primeiro livro, a primeira temporada da série irá contar a jornada de Percy Jackson, um jovem que se descobre um semi-Deus, filho do Deus grego Poseidon, e que precisa ir até o submundo para resgatar o desaparecido raio de Zeus, a fim de evitar uma guerra entre os deuses.

O livro é a cartilha perfeita da jornada do herói, tantas vezes explorada no cinema e na literatura como um todo. A estrutura da história também se assemelha muito à Harry Potter e outros muitas obras de fantasia. Ainda assim, tanto a obra literária quanto a série conseguem caminhar com suas próprias pernas e entregar um entretenimento bastante justo.

A série se destaca em seus primeiros episódios pela consciência da adaptação. Existe uma mudança aqui e outra ali, mas, no geral, tudo é muito bem amarrado com a história do livro. Os personagens, em especial Percy, Grover e Annabeth, são interpretados por atores extremamente cativantes, que fazem com que você se apegue aquela jornada batida, mas, ainda assim, bastante confortável.

O mágico mundo dos deuses e figuras da mitologia grega que se misturam com o ambiente moderno dos Estados Unidos também é muito bem representado na série. Até mesmo quando vai explorar monstros como o Minotauro, por exemplo, a obra consegue ser visualmente interessante - bem diferente dos filmes.

Até o momento, Percy Jackson e Os Olimpianos se apresenta como uma boa e confortável série, com ares de nostalgia para quem viveu o hype dos livros nos anos 2000. É como rever um filme clássico da Sessão da Tarde, com o diferencial de que, aqui, a adaptação é completamente nova.

Paulo Monteiro

Feriado Sangrento é o que os novos filmes da saga Pânico tentam ser, mas não conseguem

20/12/2023 20h53 | Por: Paulo Monteiro
Foto: Divulgação

Praticamente todo e qualquer slasher lançado a partir da segunda metade da década de 1990 bebe, de alguma maneira, da fórmula do primeiro Pânico (1996) de Wes Craven. Uma sátira que explora os clichês e absurdos do próprio gênero de maneira criativa, divertida e cativante. Dito isso, era de se esperar que o “reboot” da franquia, que já conta com dois filmes (Pânico 5 e 6), fosse capaz de se reciclar e trazer a mesma essência para os dias atuais. Quem conseguiu esse feito, no entanto, foi um filme não tão esperado: Feriado Sangrento.

Dirigido por Eli Roth, cineasta conhecido por Albergue (2005) e pelo papel do “urso judeu” em Bastardos Inglórios (2009), Feriado Sangrento (Thanksgiving, em inglês) é exatamente aquilo que os novos filmes da saga Pânico tentam ser, mas não conseguem: um slasher com mortes criativas, por vezes incômodas, e uma boa dinâmica que satiriza o próprio gênero de maneira completamente escrachada - mas não estúpida.

Na trama, a abertura de uma loja em ritmo de Black Friday no Dia de Ação de Graças provoca a morte de três pessoas. No anseio por agarrar os produtos em promoção, os clientes acabam passando um por cima dos outros e provocando um verdadeiro massacre no estabelecimento.

A tragédia recai sobre o dono da loja, um homem rico que, de maneira negligente, colocou apenas dois seguranças para conter uma multidão de consumidores fervorosos. Um ano depois do ocorrido, o estabelecimento se prepara para abrir no feriado - mas é impedido em função de uma série de assassinatos diretamente relacionados ao massacre.

A partir daí, acompanhamos um grupo de amigos adolescentes que estão na mira do assassino - que, vestido de pioneiro e com a máscara de William Bradford (o governador do primeiro Dia de Ação de Graças), quer construir uma mesa com figuras centrais da tragédia para “comemorar” o feriado.

Feriado Sangrento não é aquele filme que vai lhe apresentar algo novo, pelo contrário. Tudo o que você vê ali pode ser visto no Pânico de 1996 - um assassino mascarado, um grupo de adolescentes e as piadas que satirizam o próprio gênero slasher. Isso, no entanto, não é demérito algum para um longa que em nenhum momento se propõe a ser revolucionário, mas sim a executar muito bem uma fórmula hoje já consagrada no cinema de terror.

Eli Roth entrega um longa pouco pretensioso, mas bem redondo dentro do seu próprio mundinho. A figura do assassino, vestido com roupas típicas de um pioneiro norte-americano e uma máscara um tanto quanto ameaçadora, é marcante. As piadas escrachadas sobre o comportamento doentio de uma sociedade que ama consumir em excesso (o estopim da tragédia) e usar as redes sociais de maneira banal, estão lá e funcionam muito bem.

Um dos pontos altos do longa é, sem sombra de dúvidas, a criatividade na direção das mortes. Esse fator, marcante em filmes de sagas como Halloween e do próprio Pânico, é explorado com maestria por Eli Roth - que sabe desenvolver um humor ácido em cenas viscerais e bastante chocantes.

No fim das contas, Feriado Sangrento é o reflexo de algo que já vimos diversas vezes no cinema, mas raramente executado com essa qualidade. Diferente de Pânico 5 e 6, o longa não fica dependente das muletas de uma franquia, mas sim de um gênero - e, pela dimensão, isso é bom o suficiente.

Nota: 3.5/5

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Paulo Monteiro

Cinema em Cena

Paulo Monteiro é repórter da Rádio Cidade em Dia, de Criciúma, jornalista profissional e um apaixonado pelo mundo do cinema e cultura pop. Com passagens por veículos de imprensa de Criciúma, já escreveu sobre a sétima arte também para o Cinetoscópio e CineVitor.

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