Três pessoas foram presas
Uma operação envolvendo vários órgãos de segurança, além de MPSC e Assistência Social interditou uma comunidade terapêutica em Laguna. A ação ocorreu após vistoria realizada na última quinta-feira (14), na qual foram constatadas diversas irregularidades, incluindo indícios de tortura e cárcere privado.
Durante a vistoria, os agentes encontraram 49 acolhidos, dos quais sete estavam mantidos em cárcere privado em condições precárias. Relatos indicaram que eram forçados a permanecer em um quarto trancado praticamente 24 horas por dia, onde faziam todas as refeições e eram frequentemente agredidos. Além disso, medicamentos controlados eram utilizados para dopar os internos recém-trazidos à força.
A ausência de responsável técnico, alvará sanitário, de funcionamento e projeto de prevenção de incêndio aprovado foram outras irregularidades encontradas na instituição. O local também estava superlotado e desrespeitava diversas normas sanitárias.
Três homens apontados como responsáveis pela comunidade foram presos em flagrante, suspeitos dos crimes de sequestro e cárcere privado. Em audiência de custódia, as prisões em flagrante foram convertidas em prisões preventivas, a pedido da Promotoria de Justiça.
A Promotora de Justiça Bruna Gonçalves Gomes destacou que o acolhimento em comunidades terapêuticas deve ser voluntário, não forçado como ocorria no local. Ela ressaltou que essas instituições são destinadas a acolher usuários e dependentes de álcool ou drogas de forma voluntária, pelo prazo máximo de nove meses.