O tempo firmou na Região Metropolitana do Rio Grande do Sul nesta segunda e terça-feira (07), com o sol aparecendo e facilitando o resgate de famílias em meio às enchentes. No entanto, a previsão de chuva para os próximos dias preocupa e aumenta a tensão no estado gaúcho - o qual, de acordo com último boletim da Defesa Civil, já conta com 85 mortes confirmadas por conta do clima.

A previsão é de que a chuva retorne ainda nesta quarta-feira no Rio Grande do Sul, acompanhada do frio. Isso faz com que autoridades corram para aproveitar o sol e o bom tempo de terça e adiantar o máximo possível de resgates e evacuações. Está previsto para chover entre 100 e 150 milímetros entre terça e quarta, com precipitações que continuarão para o restante da semana. 

Novos pontos de alagamentos e saqueamentos em POA 

De acordo com o jornalista Giovani de Oliveira, da Masper TV, os resgates seguem ao longo desta terça-feira em Porto Alegre, principalmente na Zona Norte. O bairro Sarandi, um dos mais pobres e populosos da cidade, acabou sendo um dos mais afetados pelas chuvas e vem encarando problemas de segurança.

“Começaram a ser registrados assaltos no Sarandi. Pessoas tentando roubar barcos e jetskis. Sete pessoas foram presas tentando fazer esses assaltos”, comentou Giovani.

Ainda na segunda-feira, outro ponto de alagamento foi registrado em Porto Alegre. A concessionária de energia da cidade pediu ao departamento de abastecimento do município que desligasse o bombeamento do bairro Menino Deus, por questões de segurança. Esse desligamento, no entanto, resultou em um alagamento muito rápido do bairro e também da Cidade Baixa, fazendo com que as pessoas tivessem que ser retiradas de suas casas.

Falta de água potável e preocupação com a região sul do estado

Outra questão que também preocupa moradores e autoridades do Rio Grande do Sul é a falta de água potável em boa parte das cidades atingidas pelas enchentes. Em Porto Alegre, cerca de 67 bairros estão sem abastecimento nas torneiras. Também não tem água potável nas prateleiras dos mercados.

“Ontem pela manhã passei por um mercado na Zona Norte da capital, onde tinha chegado um carregamento de água. Estavam limitando dois fardos por clientes e, mesmo assim, em 30 minutos, já havia acabado. Era uma cena de filme, do pessoal brigando por garrafas d’água”, declarou o jornalista.

A preocupação do Rio Grande do Sul, agora, é com o que está por vir para a região sul do estado. Isso porque, com a previsão de chuva e vento sul, há a previsão de que as águas desçam e fiquem represadas na Lagoa dos Patos, gerando alagamentos em pontos que ainda não sofreram com as enchentes.

“O vento sul tem tendência de represar essa água na Lagoa dos Patos. A água desce do Guaiba em direção a Pelotas e vai demorar para encontrar o Atlântico, por conta desse vento sul, que vai fazer uma parede segurando a água enquanto chove forte nesses municípios”, ressaltou Giovani.